A justiça bósnia condenou nesta sexta-feira a penas de 19 a 43 anos de prisão quatro ex-membros de uma unidade de elite das forças servo-bósnias por sua participação no massacre de 800 muçulmanos em Srebrenica em julho de 1995, segundo um jornalista da AFP.
O tribunal os condenou por “crimes contra a humanidade”, mas não por “genocídio”. A promotoria não conseguiu demonstrar a existência da intenção de cometer um genocídio por parte dos condenados, declarou a juíza Mira Smajlovic.
“Não estavam cientes da intenção genocida de seus superiores”, explicou juíza.
“No entanto, os membros do 10º destacamento, incluindo os quatro acusados, executaram um grupo de mais de 800 homens e adolescentes muçulmanos no dia 16 de julho de 1995”, parte dos 8 mil muçulmanos assassinados em apenas alguns dias na região de Srebrenica pelas forças sérvias, acrescentou Smajlovic.
As vítimas foram executadas em uma fazenda militar de Branjevo, perto de Srebrenica, a leste da Bósnia, depois de serem detidas pelas forças militares e pela polícia sérvia.
A pena mais severa é para Stanko Kojic, subtenente no momento dos incidentes, que foi comandante de uma das duas unidades que formavam o 10º destacamento. Reconheceu os fatos durante o julgamento e expressou seu arrependimento.
Os eslovenos Franc Kos e Zoran Gorojan foram condenados a 40 anos de prisão, e Vlastimir Golijan a 19 anos. Os três eram membros do destacamento.
A juíza informou que os acusados e outros membros do pelotão – entre oito e dez homens no total, segundo a promotoria – executaram os detidos durante cinco horas, antes de serem substituídos por outra unidade.
O advogado de Franc Kos, Dusko Tomic, declarou que seu cliente apelará da sentença.