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Como Chávez já manipulou a eleição de domingo

O ditador redistribuiu os distritos eleitorais em oito dos 24 estados do país para favorecer seu partido

Por Manuela Franceschini
24 set 2010, 12h01

Na matemática chavista implementada em janeiro, um voto no campo passou a não valer o mesmo que um voto na cidade. E é justamente nas áreas rurais que o ditador tem apoio

Em campanha, o caudilho da Venezuela cansou de dizer à oposição: “Vocês se retiraram na última hora em 2005. Se quiserem, façam a mesma coisa agora”. Mas não é com isso que conta o ditador Hugo Chávez. Ele já se precaveu contra um avanço da disputa democrática – redistribuiu os distritos eleitorais em oito dos 24 estados do país para favorecer seu partido na eleição legislativa do próximo domingo.

A jogada foi feita em janeiro. Chávez redesenhou as áreas eleitorais de maneira a dissolver os opositores e fortalecer o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV). A matemática chavista mandou que circunscrições onde a oposição tivesse uma pequena vantagem fossem unificadas com regiões vizinhas favoráveis a Chávez, onde o PSUV era favorito.

Já locais onde a vantagem da oposição era muito grande foram realinhados para reduzir o número de eleitos – neles, em vez de dois candidatos elegerem-se, apenas um sairá vencedor. Por fim, algumas áreas em que Chávez liderava foram dividas, para disseminar o número de vencedores.

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O número de votos necessários para garantir a eleição de um representante também mudou. Um voto no campo não vale o mesmo que um voto na cidade: um candidato precisa de 20.000 votos para ser eleito no estado agrário de Amazonas e de 40.000 pra vencer no estado de Zulia, por exemplo. E é justamente nas áreas rurais que Chávez tem apoio mais consistente.

O ditador justificou as mudanças dizendo que a medida “aproxima o eleitor de seu domicílio eleitoral”. Em verdade, aproxima o eleitor do domicílio eleitoral onde há vantagem para o presidente. Mais de 17 milhões de venezuelanos elegerão 165 deputados que formarão uma Assembleia Nacional em um processo, mais uma vez, manipulado.

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