Comerciante venezuelano usa balança para contar dinheiro
Uma cena resultante da tragédia da hiperinflação
A padaria familiar de Edson Rodriguez, em Caracas, funciona há 22 anos. Poucos meses atrás, reinventou o uso de um dos utensílios mais antigos do estabelecimento: a balança.
Todos os dias, ao final do expediente, é nela que eles fecham o caixa. “Cem bilhetes pesam cerca 110 gramas. Ficou mais fácil de contar essa montanha de notas que não tem valor algum”, diz Edson, que, assim, encara os efeitos da hiperinflação, que fazem com que os bolívares venezuelanos não valham muito mais que papel velho.
Para ele, as máquinas de contagem de bilhetes são chamariz de ladrões. “As pessoas veem que a máquina está ali e acham que a casa está ganhando muito dinheiro. Isso é perigoso. Principalmente quando precisamos importar matérias primas 150% mais caras do que as reguladas para poder colocar os pães na estante”.