Colômbia vota hoje em plebiscito de acordo de paz com as Farc
Resultado deve ser conhecido ainda neste domingo
Os colombianos votam neste domingo para um plebiscito que decidirá se a população respalda um acordo de paz para que a guerrilha Farc largue as armas e se converta em um partido político, ou se prolongam o conflito que já dura 52 anos. Com o “sim” ou o “não”, os eleitores terão a última palavra sobre o histórico acordo firmado entre o presidente, Juan Manuel Santos, e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Rodrigo Londoño, conhecido como “Timochenko”, para terminar o confronto que já deixou cerca de 220 mil mortos. A eleição será encerrada às 16h local (18h de Brasília) e o resultado deve ser conhecido uma hora depois.
Para o presidente, o plebiscito, o primeiro desde 1957, é a decisão política mais importante da história recente para a conservadora sociedade da Colômbia, dividida pelo acordo com uma organização que tem no passado crimes como assassinatos, sequestros e diversos ataques.
O pacto, que coloca Santos e Londoño como candidatos ao Prêmio Nobel da Paz, estabelece que as Farc deixarão as armas e suas trincheiras para batalhar pelos seus ideais por meio da luta política, e cria uma instância judicial especial para julgá-las. Além disso, há também subsídios para que os guerrilheiros se reintegrem à sociedade e indenizações para as vítimas do conflito.
De acordo com pesquisas, o “sim” ganhará, mas um grande setor da sociedade, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, rejeita o acordo por considerar que os chefes guerrilheiros devem ser presos pelos crimes cometidos, em vez de obter cargos eletivos por votação popular.
Redes sociais
O referendo rendeu 2.261.472 menções no Twitter, Facebook e Instagram entre os dias 17 de junho e 30 de setembro, revelou neste domingo a ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE). “Cerca de 30% de todas as conversas sobre a paz em redes sociais (7.467.055) foram especificamente sobre o referendo (2.261.472)”, indicou a MOE em comunicado que detalhou o dados de um estudo sobre a votação de hoje.
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A avaliação determinou que, do total de conversas, 83% teve uma “linguagem totalmente neutra sem maiores cargas emocionais por parte do usuário”. Por outro lado, em 10% delas se impôs uma linguagem de esperança, tolerância, otimismo e nos outros 7% “de ódio, intolerância e ofensa”.
(com Reuters e Agência EFE)