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Chile: ‘Piñera amanheceu nervoso e esquerda, esperançosa’

Soma dos votos nos partidos esquerdistas chegou a 55%, deixando o ex-presidente enfraquecido para disputar o segundo turno

Por Angela Nunes, de Santiago
Atualizado em 20 nov 2017, 18h23 - Publicado em 20 nov 2017, 14h27

O ex-presidente Sebastián Piñera venceu no domingo o primeiro turno das eleições presidenciais chilenas mas, ao contrário do que apontavam as pesquisas, terá trabalho para se manter na liderança na próxima etapa. Com 36,6% dos votos, Piñera ficou muito abaixo da expectativa do partido, que antecipava um resultado em torno de 44%, previsão corroborada por vários institutos.

O partido direitista Chile Vamos assegurou que os números não afetam a vantagem do bilionário ex-presidente mas, com 55% do total de votos, a esquerda chilena se tornou uma ameaça real aos planos para um novo mandato de Piñera.

O jornalista e senador Alejandro Guillier, da coalizão Nova Maioria, enfrentará o ex-mandatário no segundo turno, após uma campanha em que se posicionou contraditoriamente ora como independente, ora como seguidor de Michelle Bachelet. Mesmo sem despertar grandes paixões dos eleitores, acabou conquistando 22,7% dos votos, acima das projeções que indicavam que teria no máximo 17%.

“O segundo turno será um referendo sobre Piñera, e há uma rejeição muito grande ao ex-presidente no país”, diz o cientista político Patrício Navia, da Universidade Diego Portales. “Aqueles que rechaçam Piñera são, em grande parte, ‘votantes prováveis’, que não compareceram às urnas, mas podem votar em dezembro. E quanto mais gente votar, mais difícil será para Piñera ganhar, pois essas pessoas votarão não a favor de Guillier, mas contra Piñera”, completa.

O grande apoio aos candidatos de esquerda surpreendeu especialmente porque o governo socialista de Bachelet vem enfrentando baixos índices de aprovação. A queda da economia nos últimos anos e a agenda de reformas da presidente – educacional, tributária e trabalhista, entre outras – desagradou a população, que pedia por mudanças. Até ontem, tudo indicava que as transformações seriam profundas, com uma guinada à direita marcada pela volta de Piñera ao poder.

“As pessoas não votaram contra as reformas de Bachelet. Existe uma reprovação muito grande à forma como as reformas foram conduzidas, mas não necessariamente à direção dessas reformas. O discurso de Piñera foi sobre o crescimento econômico do país, mas as pessoas estão buscando crescimento com distribuição de renda, não apenas crescimento, por isso ele teve apenas 36%”, aponta Navia. Para o cientista político, os resultados deixam o segundo turno em aberto e com chances reais de Guillier ser eleito. “Piñera amanheceu nervoso e a esquerda, esperançosa”, diz.

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