Documentos da Igreja Católica mostram que, antes de se tornar papa, o cardeal Joseph Ratzinger resistiu a afastar um padre da Califórnia que molestava crianças.
Uma carta de 1985, firmada por Ratzinger, cita preocupações sobre o efeito da remoção do padre para “o bem da igreja universal”. A correspondência foi obtida com exclusividade pela Associated Press.
Esta é a segunda prova a desafiar a insistência do Vaticano em afirmar que Ratzinger, hoje papa Bento XVI, não teve qualquer papel no bloqueio de remoções de padres pedófilos enquanto era o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.
A carta é parte de anos de correspondência entre a diocese de Oakland, nos Estados Unidos, e o Vaticano sobre o processo para tentar afastar o reverendo Stephen Kiesle. O Vaticano confirmou que a assinatura no documento é de Ratzinger, mas não quis comentar o caso.
A diocese havia recomendado a demissão de Kiesle do sacerdócio em 1981, no ano em que Ratzinger foi indicado para liderar o escritório do Vaticano, que tinha responsabilidade de disciplinar padres que cometiam abusos.
(Com Agência Estado)