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Breivik encerra julgamento por atentados na Noruega com novas ameaças

Por Da Redação
22 jun 2012, 15h21

Copenhague, 22 jun (EFE).- Em uma audiência na qual o ultradireitista Anders Behring Breivik ameaçou novamente a sociedade da Noruega, a justiça do país deixou nesta sexta-feira pronto para ser sentenciado o julgamento do acusado pelos atentados de 22 de julho de 2011 em Oslo e na ilha de Utoeya

Em seu pronunciamento final, Breivik reiterou que os ataques foram ‘em defesa’ de seu grupo étnico e contra a ‘invasão’ muçulmana, e que embora aceite os fatos, não reconhece sua culpa porque ‘às vezes é necessário cometer uma barbárie para frear outra ainda maior’.

Segundo sites noruegueses, o terrorista disse ainda que, se o tribunal não libertá-lo, podem acontecer mais atentados.

‘Meus irmãos dos movimentos de resistência norueguês e europeu estão acompanhando o caso enquanto planejam novos ataques. Eles podem levar 40 mil pessoas à morte’, ameaçou perante os juízes.

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Breivik repetiu muitas das ideias que defendeu ao longo das dez semanas de duração do processo, cuja sentença será divulgada em 24 de agosto, como informou hoje o tribunal.

O Partido Trabalhista, que controla a política do país há décadas, foi acusado pelo atirador de destruir o povo norueguês e sua cultura aó defender o multiculturalismo, marginalizar as ideias nacionalistas e contribuir para a desintegração moral da sociedade.

Essa política não seria exclusiva da Noruega, e todos os povos europeus estariam ameaçados, na visão de Breivik, que considera ‘uma injustiça insuportável’ apoiar os indígenas bolivianos enquanto se ‘reprimem’ militantes nacionalistas europeus.

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A solução para evitar o aumento do conflito seria criar reservas para os nacionalistas longe do ‘inferno multiétnico’, disse Breivik, que acredita que a ideia poderia ser exportada para todo o continente.

As opiniões do criminoso não foram escutadas pelos familiares das vítimas, que abandonaram a sala em silêncio antes de o criminoso começar a falar, como sinal de protesto.

Minutos antes, cinco familiares das vítimas e sobreviventes dos atentados compartilharam com o tribunal suas impressões sobre o processo e seu sofrimento, o que provocou aplausos e lágrimas na sala.

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A audiência começou com as conclusões da defesa, um dia depois que a Promotoria solicitou a internação de Breivik em um hospital psiquiátrico, por entender que existe uma ‘dúvida’ sobre ele ser responsável penal dos atos, de acordo com as leis norueguesas.

Seu advogado, Geir Lippestad, se opôs ao pedido da Promotoria e solicitou, como alternativa, que se Breivik não for posto em liberdade como reivindica, o condenem ‘à pena mais leve possível’.

Nesse caso, segundo ele, deveria ser emitida uma pena com limite de tempo, menos severa que a custódia – elemento do direito norueguês que pode equivaler à prisão perpétua -, pois os atentados foram ‘um fato violento isolado’, e Breivik disse que se dedicará a escrever.

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Lippestad tomou como base o segundo estudo mental ao qual o acusado foi submetido, e que diagnostica Transtorno de Personalidade Dissocial, em comparação com o primeiro, que concluiu que o réu sofre de esquizofrenia paranoide.

O advogado sustentou que é fundamental enquadrar as ideias de Breivik em um contexto político de extrema-direita, algo que os especialistas que redigiram o primeiro relatório evitaram, porque aí exigem um sentido, segundo Lippestad.

O ponto central da argumentação do primeiro relatório é que Breivik sofre delírios de grandeza que partem de uma glorificação da violência e de sua consideração como salvador que decidiria sobre a vida por pertencer a uma organização que é considerada inexistente no tribunal.

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Lippestad negou que possa haver essa exaltação da violência em alguém que não protagonizou episódios violentos antes nem depois dos atentados, e disse que eles são consequência de um compromisso político de que o assassino deu mostras durante anos.

A defesa também não considera fato comprovado que Breivik sofresse desde 2006 de uma disfunção que foi acusada, já que continuou mantendo uma atividade social e foi capaz de trabalhar na preparação dos ataques.

Um dos argumentos usados é o fato de que nem os especialistas da prisão de Ila, onde Breivik permanece detido, nem os que o submeteram durante três semanas a uma observação para elaborar o segundo relatório encontraram sintomas de psicoses.

Só dois dos 37 especialistas que falaram com ele o definiram como psicótico, lembrou depois o réu, que detonou em 22 de julho uma caminhonete-bomba no complexo governamental de Oslo, causando a morte de 8 pessoas.

Em seguida, naquele dia, o terrorista se dirigiu à ilha de Utoeya, onde causou um massacre no acampamento das Juventudes Trabalhistas, matando outras 69. EFE

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