Austrália tenta conter motim em centro de detenção após morte de imigrante
Detidos à espera de deportação se revoltaram depois que um refugiado iraniano que tentou fugir foi encontrado morto. O caso aconteceu na remota Ilha de Christmas
Autoridades australianas tentam nesta segunda-feira conter um motim iniciado no domingo à noite no centro de detenção de imigrantes na remota Ilha de Christmas, que fica a 2.500 km a nordeste do porto de Perth. A revolta começou depois que um refugiado curdo iraniano foi encontrado morto após uma tentativa de fuga. As autoridades relataram uma série de pequenos incêndios no local.
O Departamento de Imigração confirmou que houve uma “grande perturbação”, que começou quando um pequeno grupo de prisioneiros iranianos organizou um protesto pacífico após a morte do refugiado. Em seguida, outros detentos começaram a danificar a propriedade. Segundo o ministro de Imigração, Peter Dutton, um detento foi ferido levemente durante uma briga, mas ninguém ficou ferido gravemente.
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Os funcionários do centro de detenção foram retirados do local por razões de segurança. As autoridades agora negociam o fim da rebelião com os detentos, disse Dutton à imprensa local. Ele se recusou a informar as exigências dos imigrantes e disse que não sabia quantas pessoas estavam envolvidas no motim.
Ativistas e defensores dos refugiados dizem que os motins eclodiram após a morte de Fazel Chegeni, um requerente de asilo que escapou no sábado. O corpo do homem foi encontrado no dia seguinte, na parte inferior de um penhasco na ilha. Segundo a ativista Pamela Curr, Chegeni, que tinha sido torturado brutalmente no Irã, já tinha tentado se suicidar antes em outro centro de detenção. A causa de sua morte ainda está sob investigação.
Segundo dados oficiais do dia 31 de maio de 2015, a ilha Christmas tem 149 homens confinados, entre eles cidadãos neozelandeses e britânicos que esperam ser deportados da Austrália, além de solicitantes de asilo.
(Da redação)