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Ativista indiana termina greve de fome de 16 anos

Irom Sharmila mantinha o jejum considerado o mais longo da história para protestar contra uma lei que dá poderes especiais ao Exército

Por Da redação
9 ago 2016, 14h44

A ativista indiana Irom Sharmila abandonou nesta terça-feira sua greve de fome, considerada a mais longa da história. A militante de 44 anos reivindicava o fim de uma lei que dá poderes especiais às Forças Armadas em certas regiões da Índia, como em seu estado natal de Manipur, no nordeste do país, e passou 16 anos sem ingerir nenhum alimento. Sharmila sobreviveu ao período sendo alimentada à força por uma sonda.

Cercada por dezenas de jornalistas em Imphal, capital do estado de Manipur, a ativista comeu uma gota de mel e encerrou o jejum que mantinha desde 2000, após o assassinato, cometido por integrantes do Exército, de dez pessoas em uma parada de ônibus na cidade de Malom.

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Antes do final simbólico de seu protesto, Sharmila compareceu a um tribunal de Imphal para comunicar o fim da greve de fome e solicitar a concessão de uma fiança para sua libertação.  A ativista foi presa três dias após o início de seu protesto por tentativa de suicídio e vinha sendo mantida sob custódia da polícia desde então. Na ata da audiência, o juiz responsável pelo caso aceitou a fiança de 10 mil rúpias (470 reais) para sua soltura.

Após o assassinato cometido pelos soldados do Exército indiano, Sharmila iniciou uma cruzada contra a Lei de Faculdades Especiais das Forças Armadas (AFSPA), uma legislação aprovada em 1958 para o nordeste do país, onde proliferam os grupos separatistas, com o objetivo de combater grupos armados, e que permite que os militares atuem à margem do sistema de justiça. Essas ações incluem o uso de força letal contra os que descumpram leis e ordens e a capacidade de agir sem mandatos judiciais.

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Após o fim da greve, a ativista anunciou sua intenção de se dedicar à política e de participar como candidata independente nas eleições regionais de Manipur, que acontecerão no ano que vem. “Preciso do poder, não há democracia real (na Índia), a política está cheia de sujeira”, afirmou Sharmila, visivelmente emocionada, aos jornalistas em frente ao hospital de Imphal, onde esteve confinada durante os últimos anos e onde era alimentada à força através de uma sonda.  Além disso, a ativista disse que não teme por sua vida e que está disposta a seguir os passos de Mahatma Gandhi.

Vídeo: Ativista indiana come gota de mel após 16 anos de greve de fome

(Com EFE)

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