Ataque aéreo israelense mata palestina grávida e sua filha de três anos
Segundo o Exército, os bombardeios visavam 'instalações de fabricação de armas' do Hamas em Gaza. O ataque, porém, atingiu e destruiu uma residência
Uma palestina grávida e sua filha de três anos morreram em um ataque aéreo israelense neste domingo em Gaza. Após a confirmação das mortes, o movimento islamita Hamas a fazer uma advertência a Israel. Apesar dos pedidos de calma da comunidade internacional, a escalada de violência continua em Israel e nos territórios palestinos. Depois de Washington no sábado, a Presidência francesa classificou neste domingo de extremamente preocupante e perigosa a atual escalada, e pediu para que tudo seja feito para apaziguar a situação.
Na manhã deste domingo, a aviação israelense realizou um bombardeio em Gaza em represália pelo lançamento de dois foguetes a partir do enclave palestino. Um deles caiu em um terreno desabitado no sul de Israel e o outro foi interceptado na zona pelo sistema antimísseis Domo de Ferro. O Exército israelense informou que os alvos eram “duas instalações de fabricação de armas” do Hamas em Gaza. No entanto, o ataque destruiu uma casa na zona de Zeitun, no norte da área. Nur Hasan, de 30 anos e grávida, e sua filha Rahaf, de três anos morreram com a explosão.
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Medo de mais atentados – Israel informou ter frustrado a primeira tentativa de atentado com bomba desde o início da escalada, no dia 1º de outubro. As circunstâncias do incidente, ocorrido em uma estrada perto da colônia israelense de Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada, são muito confusas. Segundo a polícia, um agente considerou um veículo suspeito porque ele circulava em uma via reservada aos ônibus, e ordenou que parasse. A motorista então saiu do carro e o policial se aproximou. A mulher gritou “Alá é grande” em árabe e então detonou uma bomba no veículo.
Interrogada pela agência France-Presse, a porta-voz da polícia Luba Samri disse que era uma tentativa de atentado suicida. A motorista, uma palestina de Jericó, ficou gravemente ferida, e ainda não se sabe como o explosivo no veículo foi ativado. Além disso, um policial ficou levemente ferido. O incidente reaviva o temor dos atentados com bomba, tão frequentes durante a segunda intifada (2000 – 2005), que semearam o terror entre a população israelense. O último ataque deste tipo, segundo a chancelaria israelense, ocorreu em 21 de novembro de 2012 em Tel Aviv.
Desde 1º de outubro, quando dois colonos judeus foram assassinados na Cisjordânia, a nova explosão de violência trouxe novamente o fantasma de uma terceira intifada, após os levantes populares palestinos contra a ocupação israelense em 1987 e 2000. Nesta nova escalada já morreram 23 palestinos, entre eles sete autores de ataques com facas, e quatro israelenses. As autoridades israelenses também detiveram centenas de palestinos.
(Da redação)