Um grupo de homens queimou parte de um complexo de mesquitas na cidade nigeriana de Benin (sul), onde confrontos anteriores deixaram cinco mortos e mais de 10.000 deslocados, segundo um funcionário da Cruz Vermelha.
“Um dos prédios velhos da mesquita foi queimado e o novo foi danificado”, informou Dan Enowoghomwenwa, secretário-geral da Cruz Vermelha nigeriana no Estado de Edo.
“Até o momento registramos cinco mortes de ambas as partes, os atacantes e os atacados”, declarou à AFP Dan Enowoghomwenwa, um dia depois de um ataque contra uma mesquita em Benin à margem de uma manifestação contra o aumento dos preços do combustível.
“Temos mais de 10 mil desabrigados em vários locais”, acrescentou.
Atualmente é registrada no país uma forte tensão religiosa e ocorreram vários atentados mortíferos na Nigéria, um país de 160 milhões de habitantes, divididos entre cristãos e muçulmanos. Muitos destes ataques foram reivindicados por Boko Haram, um grupo islamita que pede a aplicação da sharia (lei islâmica) em todo o país.
Esta terça-feira é o segundo dia de uma greve geral na Nigéria, convocada pelos sindicatos para protestar contra o forte aumento dos preços da gasolina.
Mais cedo, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e disparou para o ar em Bauchi (norte) para dispersar manifestantes.
“A polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo e atirou para o ar para dispersar os manifestantes nos bairros de Wunti e Railway”, declarou Lawanti Maleka, um morador desta cidade. “Até agora não há informações sobre vítimas ou prisões”, acrescentou.
Os sindicatos exigem que o governo restabeleça os subsídios, cuja supressão, em 1 de janeiro, provocou um forte aumento dos preços do combustível, que afeta a maior parte dos nigerianos, tanto em relação a transporte como para a alimentação dos geradores de eletricidade.