“Só falta um ponto”. Presidente, treinador, jogadores e torcedores do surpreendente APOEL de Nicósia, time cipriota que lidera o grupo G da Liga dos Campeões, repetem esta frase sem parar e parecem não acreditar que estão tão próximos de se classificar paras as oitavas-de-final da maior competição de clubes da Europa.
Para isso, basta empatar diante do Zenit de São Petersburgo, nesta quarta-feira pela quinta rodada da fase de grupos e torcer por um tropeço do Porto diante do Shaktar Donetsk, da Ucrânia.
“Parece um sonho. É uma grande surpresa, mas não acredito que seja apenas por sorte”, declarou o capitão da equipe Constantinos Charalambidis.
Por incrível que pareça, o APOEL ocupa apenas a terceira posição do Campeonato de Chipre, no qual suou para derrotar o lanterninha Aradippou por 2 a 0 no sábado.
Na última rodada da ‘Champions’, no início do mês, a equipe derrotou ninguém menos que o Porto, campeão da Liga Europa na temporada passada.
A vitória por 2 a 1 veio graças a dois gols marcados por brasileiros, Aílton, atacante de 27 anos formado no Atlético Mineiro antes de atuar no futebol dinamarquês, e Manduca, meia de 31 anos revelado no Grêmio, que se destacou no futebol português.
O clube conta com seis brasileiros no seu elenco, já que além de Aílton e Manduca, os zagueiros Kaká e William, o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira e o volante Marcinho também atuam na equipe.
Estes atletas, bem adaptados ao futebol desta pequena ilha do Mar Mediterrâneo que tem um clima muito mais ameno que a maioria dos países europeus, sabem que a situação será bem diferente nesta quarta-feira em Moscou, diante do Zenit.
“Na Rússia, faz muito, muito mais frio do que aqui e isto pode nos causar problemas”, de clarou Manduca.
O futebol cipriota já teve um jogador mais conhecido pelos torcedores brasileiros, Sávio, ex-ídolo do Flamengo, que a atuou em 2008 e 2009 no Anorthosis Famagusta, rival do APOEL no campeonato local.
Além da importância dos seus jogadores brasileiros, o sucesso do time de Nicósia na Liga dos Campeões pode ser explicado pela experiência de 2009, quando o clube participou da competição pela primeira vez, ao tirar proveito das reformas da UEFA realizadas pelo presidente Michel Platini para ajudar pequenos países.
“O fato de já ter disputado a ‘Champions’ nos deu mais confiança e conseguimos contratar novos jogadores graças aos lucros gerados pela campanha de 2009”, explica o técnico Ivan Jovanovic.
O clube, que acumulava mais de 7 milhões de euros de dívidas, faturou 12 milhões graças à sua primeira participação na ‘Champions’.
“Conseguimos melhorar as nossas finanças e a partir daí, pouco a pouco, montar o elenco que temos hoje”, explica o presidente Foivos Erotokritou.
Apesar das fortes rivalidades locais, alguns torcedores das outras equipes também apoiam o APOEL.
“Na Liga dos Campeões, estou 100% com o APOEL. Se este clube consegue brilhar, todo o futebol de Chipre será beneficiado”, espera Iacovos Iacovides, torcedor do Appolon Limassol.