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Tucumán se atrasa, joga com camisa da Argentina e vence

Equipe teve de trocar de avião, se atrasou, pegou um ônibus em alta velocidade, perdeu as camisas, jogou com o uniforme da Argentina e venceu o El Nacional

Por Da redação
8 fev 2017, 07h59

Fundado em 1902, o Clube Atlético Tucumán viveu talvez o maior dia de sua história na noite desta terça-feira e começo da madrugada de quarta. Depois de ser obrigada a trocar de voo, chegar com mais de uma hora de atraso para o confronto com o El Nacional na altitude de Quito, se livrar de um W.O. (walkover, quando uma equipe se recusa ou é impedida de entrar em campo) e usar o uniforme emprestado da seleção argentina sub-20, a modesta equipe conseguiu uma heroica vitória por 1 a 0 graças ao gol do centroavante Zampedri aos 18 minutos do segundo tempo. Com isso, o Atlético Tucumán, estreante na competição, alcança a terceira fase da Copa Libertadores da América e vai enfrentar o Junior Barranchilla para definir quem irá se juntar a Palmeiras, Jorge Wilstermann e Peñarol no Grupo 5.

Para o El Nacional, o resultado obviamente foi desastroso. Após arrancar um empate por 2 a 2 na casa do rival, os equatorianos eram favoritos e tinham um estádio lotado a seu favor. Mas a atitude de não forçar o pedido pelo W.O, que daria a classificação automática ao El Nacional sem que o jogo acontecesse, deverá ser lembrada com orgulho por seus torcedores.

A odisseia do Atlético Tucumán para chegar ao estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, começou em Guayaquill, cidade do litoral do Equador que está no nível do mar. O plano de ir a Quito, cidade que fica a 2.850 metros acima do nível do mar, poucas horas antes da partida para amenizar os efeitos da altitude é bastante comum. O problema é que a companhia chilena contratada pelo clube argentino para fazer o transporte não tinha as documentações necessárias para executar tal viagem, que acabou vetada.

Correria — Desde então, começou a correria do Atlético Tucumán. Um voo de carreira, que saiu uma hora após a programação inicial do clube, foi a alternativa encontrada. Com isso, toda a delegação argentina desembarcou no Aeroporto Marscal Sucre de Quito às 22h15 (horário de Brasília), exatamente quando a bola deveria começar a rolar.

O prazo para não ser decretado W.O é de 45 minutos após o horário marcado para começar a partida. Mas, com o aval do El Nacional, o árbitro Andrés Cunha decidiu usar o “bom senso” e esperar até que os argentinos chegassem para que houvesse a partida. O fato do estádio receber um grande público também pesou na decisão.

Com a ajuda de uma escolta policial, um ônibus levou o grupo do Tucumán para o palco da partida em alta velocidade durante os 38km de trajeto. Ao se aproximar do estádio, foi possível ver os jogadores batendo nos vidros do veículo em sinal de empolgação e convocação de seus torcedores para aquela batalha que já comera horas antes, na luta para conseguir entrar em campo. Apesar dos atletas terem desembarcados já preparados, com shorts, meiões e chuteiras, o El Nacional ainda teve de aguardar o aquecimento do seu adversário no campo para só às 23h43 a bola começar a rolar.

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Outro detalhe em toda essa história incrível é que as camisas do time de Tucumán não puderam ser despachadas a tempo em Guayaquill. Com isso, a seleção argentina sub-20, que está disputando o Sul-Americano da categoria justamente no mesmo estádio, em Quito, no Equador, cedeu suas vestimentas. Ao menos, as cores da pequena equipe são as mesmas do uniforme de sua seleção (branca e azul claro). E ninguém se importou com o fato dos nomes estampados nas camisas serem os dos garotos da seleção sub-20.

E depois de tanto esforço, tanta luta, na base do “contra tudo e contra todos”, o Atlético Tucumán escreveu um capítulo inesquecível em sua história ao vencer o El Nacional por 1 a 0 e garantir sua vaga na terceira fase da Copa Libertadores da América. Zampedri marcou de cabeça aos 18 minutos do segundo tempo e garantiu os argentinos como adversários do Junior Barranquilla. Dá para imaginar a festa da pequena, porém, fanática torcida de Tucumán no estádio Olímpico Atahualpa. Aliás, foi difícil distinguir torcedores de jogadores e membros da comissão técnica.

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(Com Gazeta Press)

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