Quem é Flávia Saraiva, a carismática caçula da ginástica
A carioca de 16 anos começou no esporte aos 8 porque “vivia de cabeça para baixo” em suas brincadeiras
A promessa de ouro da ginástica artística do Brasil pode estar sob os pequeninos ombros de Flávia Saraiva. Aos 16 anos, a carioca teve uma tarde de domingo inspirada e conseguiu a segunda melhor nota de sua vida na trave – com 15,133 se classificou para a final, que será no dia 15. As pontuações ajudaram o time a se garantir nas disputas finais por equipes e avançar para as decisões individuais.
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Com 1,38 metro e 34,5 quilos, ela é a caçula da seleção de ginástica artística. Flavinha, como é chamada pelas colegas, tem acrobacias fortes e explosivas, o que a destaca na equipe. A disciplina para os movimentos perfeitos começou aos 8 anos, quando a prima Juliana, professora de educação física, viu que a mania da garota de brincar sempre “de cabeça para baixo” poderia ser um dom, levando-a para os primeiros treinos em um projeto esportivo desenvolvido por uma ONG na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
As piruetas e saltos de criança foram aprimorados até que se tornou atleta do Flamengo. Acompanhada pelo técnico Alexandre Carvalho, a garota “elétrica e saltitante”, segundo o coreógrafo Rhony Ferreira, responsável pelos movimentos e pela música apresentada pela garota em junho na Copa do Mundo da Anandia, em Portugal, especializou-se na trave, técnica que passou a dominar há três anos. “Antes de chegar na seleção eu assistia a Dani [Hypólito] e a Jade [Barbosa] na televisão e pensava que um dia eu seria igual a elas. Hoje divido o quarto com as duas. É muito legal e elas me ajudam muito”, afirma a atleta.
Para isso, tem uma rotina disciplinada: acorda todos os dias às 7h e inicia os treinos às 8h, no centro de treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Entre as 13h e 16h, faz uma pausa nos ginásios e segue aulas particulares do 3º ano do ensino médio – quer passar no vestibular de fisioterapia. Das 16h30 às 20h, mais ginástica, finalizada com uma sessão de alongamento.
A única pausa de Flávia é aos domingos, quando gosta de ficar com a família, assistir a desenhos animados como Bob Esponja, ouvir a banda preferida Fifth Harmony e se divertir com jogos de celular.
Sorridente e carismática, a atleta chegou a sua primeira Olimpíada após mais de 20 provas com a equipe do Brasil. Participou dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e ganhou o bronze no individual geral e por equipe. Nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, China, em 2014, ainda aos 14 anos, conquistou o ouro no solo e duas pratas, na trave e na categoria individual geral. A atleta também conquistou resultados importantes no Pan-Americano Juvenil de Ginástica Artística, em 2014, e nos Jogos Sul-Americanos da Juventude, em 2013.
No Rio-2016, Flávia está na final de três modalidades: nesta terça-feira (9), a atleta estará na decisão por equipes; na quinta-feira (11), na individual; e, na segunda-feira (5), compete pela trave.