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O 7 a 1 de Neymar sobre Messi

Brasileiro teve atuação espetacular e celebrou a vitória, enquanto o amigo argentino deixou o Mineirão impotente e frustrado

Por Alexandre Salvador, Alexandre Senechal e Luiz Felipe Castro
11 nov 2016, 09h53

Neymar Jr e Lionel Messi estiveram mais próximos do que nunca em Belo Horizonte. Chegaram juntos à capital mineira na terça-feira, no jatinho particular do brasileiro, antes de rumarem para suas respectivas concentrações. Cada um ostentava uma nova tatuagem na perna esquerda – a do argentino de gosto bastante duvidoso. Os dois maiores dribladores do futebol mundial se reencontraram dois dias depois no gramado do Mineirão e estiveram quase sempre próximos – por jogarem em lados opostos e, desta vez, com camisas distintas, ocuparam a mesma faixa do gramado. Mas os habituais beijos e abraços (vistos toda semana nas celebrações de gols do Barcelona), se limitaram ao momento do cumprimento protocolar antes da partida. Quando a bola rolou, Neymar teve muito a festejar na vitória brasileira por 3 a 0, enquanto Messi permaneceu impotente: cabeça baixa e mão no joelho, possivelmente já sentindo saudades do amigo – e de Suárez, Iniesta, e companhia. Ao menos por uma noite, o melhor do mundo foi Neymar, com sobras.

A presença dos dois ídolos internacionais transformou o clássico em um megaevento global. Mais de 200 meios de comunicação de todo o planeta se credenciaram para a partida, que foi transmitida em TV aberta na Espanha, a partir das 0h45 (horário local) – algo raríssimo. Neymar e Messi já haviam se enfrentado quatro vezes, com placar de  3 x 1 para o argentino. Nesta noite, porém, a festa foi toda brasileira e de Neymar, que deu uma assistência, fez um gol e distribuiu dribles, sempre observado por um cabisbaixo Messi.

No momento do anúncio da escalação argentina no placar eletrônico, seu nome foi o único aplaudido por praticamente todo o estádio. A admiração, porém, acabou aí. Os gritos de “olê, olê, olê, olá, Neymar, Neymar” foram ouvidos antes mesmo do apito inicial – ele era a estrela da noite e respondeu com um aceno às arquibancadas.

Messi ouviu a primeira vaia logo que tocou na bola. Pouco depois, aplicou um chapéu em Fernandinho, causando o primeiro burburinho no estádio. Seria ele capaz de capitanear mais um trauma no Mineirão? Aos cinco minutos, Neymar e Messi se chocaram quando o argentino voltou para marcar e tentou, sem sucesso, desarmar o amigo. O lance pareceu ter intimidado o argentino, que, nas jogadas seguintes, permaneceu a poucos metros de Neymar, apenas observando, sem se esforçar para tomar-lhe a bola.

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Neymar e Messi
Neymar e Messi estiveram sempre próximos, mas quase não se tocaram no duelo no Mineirão (DOUGLAS MAGNO/AFP)

No primeiro tempo, quando a Argentina tinha a bola, Messi se movimentava bastante, livre do meio para a direita, mas não conseguia encontrar espaços. A Argentina fazia boa partida e aumentava o clima de apreensão no estádio. A partir da metade da primeira etapa, Neymar assumiu o show. Deu um chapéu em Biglia e não parou mais. Primeiro, iniciou a jogada para o gol de Philippe Coutinho. O estádio explodiu, enquanto Messi permanecia parado, pensativo, olhar meio perdido. Depois, Neymar recebeu passe (à la Messi?) de Gabriel Jesus e marcou o segundo gol, seu 50º pela seleção brasileira: nesse momento, Messi se abaixou para ajeitar o meião, talvez soubesse que o pior estava por vir.

Na segunda etapa, Messi foi engolido pela inspirada seleção brasileira. O argentino reviu um filme de terror antigo, das derrotas de 2007 e 2009 – quando nem sabia que Neymar existia –, e quase não tocou na bola. Neymar seguiu distribuindo dribles, levando a torcida ao delírio. Menos mal para o argentino que, no calor do jogo e com as diferenças entre português e castelhano, certamente não compreendeu o coro “eta, eta, eta, eta, o Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta, eta, eta” das arquibancadas. Messi terminou o jogo desolado, sem nenhuma finalização perigosa  e de cabeça inchada.

Ao apito final, o argentino desceu para os vestiários sem cumprimentar ninguém, enquanto Neymar abraçava os colegas e agradecia a torcida no Mineirão. Apesar do baque, Messi deixou o Mineirão aparentemente sereno. Concedeu entrevista aos jornalistas de seu país, disse que “ninguém joga sozinho” e lembrou que a classificação para a Copa da Rússia ainda é possível. Encerrou sua noite trágica com um desabafo e um palavrão, longe do vestiário de Neymar, que certamente celebrava a grande vitória com seus outros amigos. Na próxima semana, Messi e Neymar estarão juntos novamente na Catalunha e a amizade seguirá. Mas as piadas sobre o duelo no Mineirão certamente serão ditas em português.

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