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Na Rio-2016, o futebol é com elas

Seleção brasileira feminina dá novo espetáculo no Engenhão. Goleada por 5 a 1 sobre a Suécia dá impulso rumo ao inédito ouro

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 ago 2016, 00h49 - Publicado em 6 ago 2016, 23h56

Se a seleção brasileira masculina de futebol ficou devendo na estreia da Rio-2016, a bem menos badalada equipe feminina já acumula duas vitórias empolgantes e convincentes. Com o Engenhão tomado, o Brasil goleou a Suécia por 5 a 1 na noite deste sábado e garantiu classificação às quartas de final da Olimpíada. Marta marcou duas vezes e foi ovacionada pelo público. Bia (dois gols) e Cristiane completaram o triunfo, que enche a equipe de esperança na busca pela medalha de ouro que o futebol brasileiro jamais conquistou.

Ao contrário da equipe masculina, as meninas não entraram na Rio-2016 como uma das favoritas (no Mundial do ano passado, o Brasil foi eliminado pela Austrália nas oitavas de final), mas tem um treinador experiente, a melhor jogadora da história, ícones como Formiga e Cristiane, e jovens talentos como Bia e Andressinha, entre outras. Além disso, o time já ganhou o apoio das arquibancadas e ainda pode crescer na Olimpíada para competir com as potências Estados Unidos e Alemanha. A notícia ruim da noite foi a saída de Cristiane, que deixou o campo chorando, com uma lesão na coxa e preocupa para as próximas partidas.

Como nas outras partidas, a execução mais acelerada do hino nacional frustrou as atletas e os torcedores que não conseguiram acompanhá-lo. Mas, quando as jogadoras já se cumprimentavam, o animado público deu sequência à canção e fez tremer o Engenhão. Ao contrário das partidas anteriores, até mesmo o quase fúnebre grito de “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, que parecia ter sido sepultado com o 7 a 1se fez presente – seria reflexo da deslumbrante cerimônia de abertura que encheu os brasileiros de amor-próprio?

A estrela da seleção sueca, que tem certa tradição no futebol feminino, estava no banco: Pia Sundhage, treinadora bicampeã olímpica pelos Estados Unidos e que, desde 2013, treina a seleção de seu país. Seus métodos de aquecimento chamaram a atenção: enquanto brasileiras apenas chutavam no gol da entrada da área, as suecas treinavam uma jogada, por ambos os lados, em que a lateral ia ao fundo e cruzava rasteiro, com duas jogadoras invertendo posição na área para finalizar. Justamente assim veio a melhor chance das europeias na primeira etapa, quando Lotta Schelin recebeu na área e bateu. A goleira Bárbara fez uma belíssima defesa, em lance que poderia ter mudado os rumos do jogo.

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A Suécia é também o país que melhor conhece o talento de Marta (mais até do que o Brasil). A craque alagoana de 30 anos atua na Suécia desde 2004, quando tinha apenas 18 anos, e já passou por três clubes do país – que, ao contrário daqui, valoriza como se deve o futebol feminino. Atualmente no Rosengard, Marta, assim como na estreia, foi decisiva. Foi com ela a primeira boa chance: recebeu linda bola de Cristiane e bateu, mas a goleira sueca Hedvig Lindahl saiu muito bem da meta para impedir o gol, que só chegou em em uma situação infelizmente ainda muito comum no futebol feminino (ocorreu aos montes na primeira rodada): zagueira e goleira suecas não se entenderam e a atacante Bia completou para as redes.

A Suécia respondeu, mas teve um gol de Schelin bem anulado. O segundo gol brasileiro foi uma pintura. Marta recebeu em velocidade pela esquerda e cruzou para Cristiane, pressionada pela marcação, resolver com um toque de letra que fez o público delirar. Ela se tornou a maior artilheira da história do futebol na Olimpíada, entre homens e mulheres, com 14 gols. O terceiro tinha que ser da dona da festa. Cristiane recebeu na área e, ao ser tocada pela defensora sueca, se atirou no gramado. A juíza mexicana Lucila Venegas assinalou pênalti que Marta bateu com extrema categoria.

O ritmo, naturalmente, diminuiu na segunda etapa. O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, poupou a veterana Formiga (38 anos), que deu lugar a jovem revelação Andressinha, 17 anos mais jovem, e saiu ovacionada por todos os serviços prestados durante mais de . Marta, porém, seguiu com fome, e encantou a torcida com dribles e toques de classe. Ela ainda marcou o quarto gol com um chute cruzado de esquerda e ouviu da torcida que “é melhor que Neymar”. No fim, Bia fez mais um belo gol em chute da entrada da área e Schelin, melhor da Suécia do jogo, descontou já no fim. O Brasil agora precisa de apenas um empate contra a África do Sul para garantir a primeira colocação do Grupo E.

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