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Jornal publica vídeos de defesa de Neymar: ‘Confio no meu pai’

Acusado de fraude fiscal, atacante negou má fé na negociação com o Barcelona e disse que assina tudo o que seu pai e empresário lhe pede

Por Da redação
Atualizado em 26 jan 2017, 21h29 - Publicado em 26 jan 2017, 09h32

“Assino tudo que meu pai pede.” Foi basicamente assim que Neymar Jr. se defendeu das acusações de fraude fiscal em seu depoimento perante o juiz José de la Mata, da Audiência Nacional espanhola, em fevereiro de 2016. O jornal espanhol El Confidencial divulgou nesta quinta-feira vídeos do depoimento do atacante brasileiro do Barcelona, que afirmou que desconhecia a natureza dos contratos assinados com o Barcelona, ainda em 2011, e apenas os assinou a pedido do pai e empresário, Neymar da Silva Santos.

Neymar, seu pai e o Barcelona são acusados de crime de corrupção privada por ter acertado um pré-contrato com o clube catalão por 40 milhões de euros, quando ainda era jogador do Santos e não poderia negociar sua transferência de acordo com as regras da Fifa. O grupo de investimento DIS, que detinha 40% dos direitos econômicos do jogador entrou com ação na Audiência Nacional da Espanha, em junho de 2015. O Ministério Público espanhol solicitou condenação de até dois anos de prisão para Neymar. Já o DIS pediu até cinco anos.

Nos vídeos divulgados pelo El Confidencial, Neymar nega má fé. “Compreendo as acusações, mas não sei muito. Meu pai é quem conduz a minha carreira desde que nasci e é uma pessoa em quem confio com os olhos fechados. Ele cuida da minha vida e da minha carreira também”, diz Neymar, em português.

Neymar também disse não se lembrar os termos do acordo que firmou com o grupo DIS. “Para falar a verdade, não lembro porque nunca me interessei pelos contratos e nem pelos detalhes da minha carreira, porque não gosto e por essa razão tenho uma pessoa que administra tudo, que é meu pai. Ele sempre cuida de tudo da melhor forma possível e eu faço o que ele me diz. É uma pessoa em quem confio, uma pessoa que tem toda a liberdade para fazer o que quiser com a minha vida”.

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O jogador de 24 anos também não se lembra dos primeiros contratos que assinou com o Santos e disse que desde a adolescência está acostumado a assinar contratos a pedido do pai. “Realmente não sei a verdade porque meu pai filtrava toda a informação, tudo o que poderia me afetar, e acabei sabendo das coisas pela Internet. É algo que acontece desde os 12 ou os 13 anos, dizem que vou para um clube ou outro, se fala em muitos clubes e afinal não era verdade. É algo com o que tenho vivido durante muito tempo e com que já estou acostumado, mas eu sempre escuto meu pai e confio no que ele me diz”.

Neymar assinou um segundo contrato com o Barcelona para que o clube adiantasse 10 dos 40 milhões de euros da sua transferência, no dia 6 de dezembro de 2011, nove dias antes de Neymar der derrotado pelo próprio Barcelona na final do Mundial de Clubes pelo Santos. Mas apesar do pré-acordo milionário, o jogador garantiu que a escolha pelo clube catalão só foi tomada em 2013, quando o negócio foi oficializado. “Meu pai chegou e me disse: “querem te vender” e eu disse para que clube queria ir. Não foi o dinheiro que me tentou para ir jogar em outro clube, senão o desejo, o sonho que tinha e minha vontade desde que sou uma criança de jogar no Barcelona, e isso foi o que disse ao meu pai, que esse era o clube onde eu queria jogar”.

O discurso de Neymar foi praticamente idêntico ao do amigo Lionel Messi, que também é acusado de fraude fiscal na Espanha e em sua defesa disse que assinava tudo o que o pai e agente, Jorge Messi, lhe pedia. Ainda de acordo com o El Confidencial, o processo envolvendo Neymar, seus pais, o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, o ex-presidente do mesmo clube, Sandro Rosell, e o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, deve ser reconduzido entre setembro e março.

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Entenda o caso

O atacante Neymar e Sandro Rosell do Barcelona
Neymar e Sandro Rosell, na apresentação (Europa Press/Getty Images/Getty Images)

Neymar e seus familiares são alvos de processos na Espanha e no Brasil. O caso que pode levá-lo à prisão, tratado pela imprensa espanhola como “Neymar 2”, se refere à quantia que o fundo de investimento DIS teria direito a receber com a transferência, pois detinha 40% dos direitos do jogador. 

Inicialmente, o Barcelona informou que o negócio custou ao clube 57,1 milhões de euros (cerca de 249,5 milhões de reais na época). Oficialmente, o Santos recebeu 17,1 milhões de euros (cerca de 74,8 milhões de reais). Depois, o clube catalão admitiu que gastou 86,2 milhões de euros (pouco mais de 364 milhões de reais). Mas o clube espanhol alega que pagou 40 milhões de euros de indenização à empresa N&N, da família de Neymar.

Inicialmente, o tribunal concluiu que o dinheiro que a DIS reclamava representava salários e bônus acertados, e não o valor da transferência. O grupo, no entanto, manteve as denúncias contra Barcelona, Santos, Neymar e seus familiares. 

O DIS pediu, então, uma indenização de até 195 milhões de euros (700,3 milhões de reais). O fundo de investimentos solicitou ainda que o brasileiro seja condenado a cinco anos de prisão, enquanto os promotores do Ministério Público da Espanha querem dois anos de prisão e 10 milhões de euros (35,9 milhões de reais) de multa para o atacante. O DIS ainda pede oito anos de prisão para o atual presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell. Neymar e seus familiares também respondem à Justiça brasileira a acusações de fraudes fiscais.

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