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Guga 20 anos: Estrutura familiar foi fundamental para a conquista

Sem contar com um estafe superprofissional como os dos astros do tênis, o catarinense se amparou em sua família para brilhar em Roland Garros

Por Alexandre Salvador e Mateus Silva Alves
Atualizado em 8 jun 2017, 17h01 - Publicado em 8 jun 2017, 16h53

O sucesso inesperado de Gustavo Kuerten na edição de 1997 de Roland Garros levou ao mundo do tênis um elemento até então praticamente ignorado: a família. Sem ter o apoio de uma estrutura superprofissional, coisa já corriqueira para os astros do circuito há 20 anos, o catarinense chegou ao estrelato amparando-se em pessoas que faziam parte de seu círculo familiar, ou que estavam tão próximas dele que, na prática, também integravam a “família Guga”.

No início da campanha do título, quando Guga ainda era um completo desconhecido, estavam com ele em Paris apenas seu irmão mais velho, Rafael, e seu treinador, Larri Passos. O irmão, que jogou tênis na juventude, era o grande incentivador do catarinense, e acabou se tornando o responsável por seus negócios. Já o gaúcho era muito mais do que um treinador. Pouco antes da morte do pai de Guga, em 1985, Larri prometeu a ele que cuidaria do menino, promessa que cumpriu com afinco.

Nas primeiras rodadas, quando os jogos de Guga não passavam na tevê, os integrantes da família que ficaram no Brasil – a mãe do tenista, Alice, a avó, Olga, e o irmão mais novo, Guilherme – sabiam dos resultados dos jogos por um método tradicional. “Embaixo da Suzanne Lenglen (segunda maior quadra de Roland Garros) tinha um telefone, e à noite eu ligava para a minha mãe para dar a notícia”, recorda Rafael, que estava no torneio acompanhado da então namorada – hoje esposa –, Letícia. “Era só assim mesmo, não tinha outro jeito de o pessoal no Brasil saber como tinha sido o jogo.”

Isso, no entanto, mudou depois da vitória sobre Yevgeny Kafelnikov. Diana Gabanyi, assessora de imprensa de Guga na época, foi a Paris para ajudar a conter o assédio sobre o catarinense, já gigantesco àquela altura. Muito próxima do tenista, com quem começou a trabalhar quando ele ainda era juvenil, Diana era também uma confidente do atleta.

Nos dois últimos jogos da campanha, o campeão teve a torcida reforçada também pela mãe e pela avó, que foram autorizadas pelo sempre durão Larri a ver de perto a consagração do jogador. “Estava decidido que se ele ganhasse nas quartas a gente iria”, recorda Alice, que chegou a pensar em desistir da viagem por medo de avião. “Eu fui morrendo de medo. Minha mãe já estava pronta para ir e eu ainda pensava: ‘Será que vou? Será que não vou?’. Eu não gosto de avião, sabe?”.

Com o time quase completo (apenas Guilherme, que sofria de paralisia cerebral, ficou em Florianópolis), Guga teve o suporte de que precisava para vencer os dois últimos confrontos e ganhar o título de Roland Garros. E, de quebra, dar ao mundo do tênis um ar mais familiar.

OS INTEGRANTES DA ‘FAMÍLIA GUGA’

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Alice Kuerten

Alice Kuerten – A mãe de Guga, além de ser uma das mais fervorosas torcedoras do campeão, foi quem o inspirou a dedicar tempo e dinheiro a ações de caridade. Muito antes de o filho ficar famoso, Alice já se envolvia com projetos filantrópicos em Florianópolis.

 

Olga Schlöesser

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Olga Schlöesser – A avó era uma espécie de “talismã” do tenista, e uma atração sempre que ia a um torneio para ver o neto jogar. Dizia a lenda que ela ajudava Guga fazendo análises técnicas de seus adversários. “Não era assim, não, ela fazia isso de brincadeira”, lembra Alice. Olga morreu no ano passado, aos 94 anos.

 

Rafael Kuerten

Rafael Kuerten – O irmão mais velho do tenista sonhou com uma carreira na modalidade quando jovem, mas acabou desistindo da ideia. Por sua habilidade com os negócios, sempre cuidou da parte financeira da carreira do irmão e hoje é o comandante do Grupo Guga Kuerten.

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Guilherme Kuerten – Portador de paralisia cerebral, o irmão mais novo de Guga não podia acompanhá-lo no circuito, mas era uma grande inspiração para o campeão. Quando estava em apuros na quadra, Guga se lembrava das dificuldades impostas ao irmão por sua condição física e isso o ajudava a ir adiante. Guilherme morreu em 2007, aos 28 anos.

 

Larri Passos

Larri Passos – Mais do que um treinador, o gaúcho era uma espécie de segundo pai para Guga, que perdeu Aldo Kuerten aos oito anos de idade. Controlador e muito exigente, Larri era alguém em quem o tenista confiava cegamente e que o orientou do começo ao fim de sua carreira.

 

Diana Gabanyi

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Diana Gabanyi – Assessora de imprensa de Guga desde que ele era só uma promessa, a paulistana funcionava também como uma confidente do atleta em seus momentos mais difíceis. Foi uma fiel escudeira do campeão até o encerramento de sua trajetória no tênis, em 2008.

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