Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Escutas revelam ajuda da arbitragem ao Boca Jrs. na Libertadores

Conversas vazadas entre o presidente do clube argentino e dirigentes da federação evidenciam benefícios. "Sou torcedor nº 1 do Boca', diz chefe da AFA

Por da redação
Atualizado em 7 fev 2017, 15h29 - Publicado em 7 fev 2017, 11h43

Escutas telefônicas divulgadas nesta segunda-feira na Argentina revelaram um novo escândalo no futebol sul-americano, novamente com o Boca Juniors como protagonista. Conversas entre o presidente do clube mais popular do país, Daniel Angelici, com dirigentes da federação argentina, ocorridas em janeiro de 2015, evidenciaram a influência do Boca na arbitragem. O caso não é inédito: há dois anos, escutas telefônicas revelaram indícios de interferência da arbitragem na eliminação do Corinthians diante do Boca, na Copa Libertadores de 2013 – além de ajuda a clubes argentinos desde os tempos do Santos de Pelé.

Na noite desta segunda, o programa No Todo Pasa, da emissora TyC Sports, revelou o conteúdo das conversas. Na primeira, o presidente Angelici pede a Fernando Mitjans, presidente do Tribunal de Disciplina da federação argentina até hoje, que dê um jeito de anular a suspensão de dois atletas, Leandro Marin e Cristian Erbes, em uma partida decisiva contra o Vélez, que valeria vaga na Libertadores de 2015.

  • Relacionadas

“Estamos sem zagueiros, sem laterais”, exclama Angelici, pedindo que a suspensão dos atletas seja reduzida ou cumprida em amistosos e não na partida decisiva. “Fique tranquilo”, diz o presidente do tribunal. “Vão jogar contra o Vélez”, diz, em trecho da amigável conversa.

Continua após a publicidade

A conversa mais estarrecedora, porém, se deu entre Angelici e Luís Segura, então presidente da federação. “Luís, trate de falar diretamente com esse menino Delfino (árbitro da partida) para quarta-feira, para que ele trate de se equivocar o menos possível. Diga a ele que há muito em jogo para o Boca”, pede Angelici, sem qualquer tipo de constrangimento.

“Fique tranquilo que me ocuparei disso. Para esse jogo contra o Vélez, tenha certeza de que sou o torcedor número 1 do Boca”, responde Segura. Com Erbes e Marin, em campo, o Boca venceu o Vélez no jogo único que definiria o último classificado argentino na Libertadores, por 1 a 0. O Vélez teve dois atletas expulsos e o Boca um, em jogo sem interferências escandalosas do juiz Germán Delfino.

O Boca acabaria eliminado daquela Libertadores em uma decisão dos tribunais: o jogo de volta das oitavas de final diante do River Plate nem sequer terminou, depois que um torcedor do Boca atirou gás de pimenta em direção a jogadores do maior rival. A Conmebol optou por excluir o Boca e dar a classificação ao River – que vencia o agregado por 1 a 0 e seria o campeão daquela edição.

Continua após a publicidade

Caso Amarilla – Em 2015, foram divulgados pela emissora América outras gravações comprometedoras envolvendo o Boca Juniors. Em maio de 2013, Julio Grondona (ex-vice-presidente da Fifa e presidente da federação argentina entre 1979 e 2014, o ano de sua morte) comentou com Abel Gnecco (diretor da Escola de Árbitros da AFA e representante da AFA no Comitê de Arbitragem da Conmebol) sobre a desastrosa atuação do árbitro paraguaio Carlos Amarilla na eliminação do Corinthians diante do Boca, na Libertadores.

“Saiu bem, ninguém queria esse louco, mas, no fim, foi o reforço mais importante do Boca”, disse Grondona. Gnecco, então, afirma que o paraguaio Carlos Alarcón, então chefe da arbitragem da Conmebol, teria exigido a presença de Amarilla nesta partida. “Assim foi, colocou (o Amarilla) e deu tudo certo, porque tem de ser assim…”, diz Gnecco.  Naquela partida, Amarilla não deu dois pênaltis claros e invalidou dois gols do Corinthians. Grondona e Gnecco ainda discutiram sobre qual árbitro deveria apitar o jogo seguinte do Boca, diante do Newell’s Old Boys – a equipe de Rosário se classificou, na ocasião.

Emerson lamenta cartão, durante jogo entre Corinthians e Boca Juniors, pela copa Libertadores, no estádio Pacaembu em São Paulo
Atuação de Carlos Amarilla revoltou corintianos em 2013 (Reinaldo Canato/VEJA)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.