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Dica do dia: não se emocione com a próxima despedida de Massa

No 'adeus que não houve', brasileiro recebeu homenagens dignas de um ídolo incontestável

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2017, 18h10 - Publicado em 16 jan 2017, 17h57

Foi impossível não se emocionar naquele domingo. Até mesmo quem não é fã de Felipe Massa ou de automobilismo, mas estava com a TV ligada ouvindo um eufórico Galvão Bueno, ficou tocado ao ver o piloto brasileiro se despedir de Interlagos, sob lágrimas e aplausos, abraçado por familiares e reverenciado por todas as escuderias da Fórmula 1. Cena semelhante se repetiu no último GP, em Abu Dhabi. Desmotivado pela falta de competitividade de sua Williams e satisfeito com uma carreira de sucesso, Massa estava decidido a não correr mais na F1 e teve a despedida sonhada – mais até do que merecia, convenhamos. Nesta segunda-feira, porém, todas aquelas belas imagens perderam sentido.

Em entrevista exclusiva a VEJA no fim de novembro, Massa se disse “um cara de muita sorte” e contou que as emoções vividas em Interlagos em 2016 foram indescritíveis. “Caramba, o automobilismo parou naqueles instantes para se despedir, foi uma grande homenagem, impossível descrever a sensação.” Massa parece ter gostado tanto que decidiu sentir tudo novamente. É provável, no entanto, que pouca gente acredite em seu novo adeus em 2017. Nesta segunda, em comunicado da Williams, ele disse não se preocupar com as consequências negativas. “Sou muito grato por tudo o que aconteceu no ano passado. Independentemente do que aconteça este ano, sempre deixarei o esporte de cabeça erguida”, desconversou.

Massa não é o primeiro atleta de elite a desistir da aposentadoria. Até lendas como Pelé, Michael Jordan e Michael Schumacher voltaram à ativa e não arranharam suas imagens por isso. O que chama a atenção na escolha de Massa é a velocidade com a qual mudou de ideia e suas possíveis motivações. Afinal, Massa reclamava da falta de competitividade de sua Williams. Ora, o que será que mudou no carro de dezembro para cá? Nesta segunda, o “ex-aposentado” ainda chegou a dizer que “não voltaria a correr por nenhuma equipe a não ser a Williams.” Faria muito mais sentido se ele tivesse voltado, por exemplo, para assumir a vaga de Nico Rosberg na Mercedes – que, ao contrário dele, se aposentou de verdade e sem fazer alarde; e campeão. O escolhido, no entanto, foi o finlandês Valtteri Bottas, justamente o ex-parceiro de Massa na Williams.

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A lógica indica, portanto, que motivações financeiras tenham feito Massa mudar de ideia – o que seria absolutamente compreensível, ele é profissional e tem todo o direito de ganhar seu dinheiro de forma honesta, como sempre fez. Ele, no entanto, desconversou sobre o peso dos euros. “Não vou discutir os valores ou detalhes das negociações. Tudo que direi é que fiz a escolha correta e estou feliz de continuar na equipe.”

Outra possibilidade é a de Massa ter simplesmente atendido a um apelo dos amigos. O brasileiro é ótima pessoa (por isso é tão respeitado e querido na categoria), e é possível que seu retorno tenha mais a ver com o clima de camaradagem que ele mantém com a Williams do que qualquer outra coisa. A escuderia precisava dele e ele topou ajudar. Ponto. Qualquer que tenha sido a motivação, é direito dele se aposentar quando bem entender. Só não espere por novas emocionadas homenagens. Nesta segunda, foi impossível não se sentir enganado.

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