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Corinthians tem recorde negativo de público. De quem é a culpa?

Má fase do time, crise econômica, horário ruim e trapalhadas da diretoria ajudam a explicar a presença de apenas 11.708 torcedores na arena

Por Da redação
Atualizado em 16 fev 2017, 21h43 - Publicado em 16 fev 2017, 12h01

Ver arquibancadas do Itaquerão vazias deixou de ser uma novidade já no fim do ano passado, com a má campanha do Corinthians no Brasileirão. No entanto, a fuga de torcedores chegou a seu momento mais preocupante nesta quarta-feira, na vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino, pelo Campeonato Paulista.

Apenas 11.708 pessoas pagaram ingresso para ver o gol solitário do zagueiro Pablo, o pior púbico da história da Arena inaugurada em 2014, gerando renda de pouco mais de 473.000 reais. Ao fim da partida, atletas lamentaram a ausência de torcedores. Mas afinal, de quem é a culpa pela fuga da conhecida “fiel torcida”?

O horário da partida certamente se uniu ao momento de desconfiança dos torcedores. O jogo começou às 19h30, horário de pico do trânsito e pouco convidativo para quem não vive na zona leste da cidade. O fato de ter jogado em casa no último sábado – e de ter perdido de maneira constrangedora para o Santo André, por 2 a 0 –, certamente também não ajudou.

O momento de crise econômica do país também é apontado pela direção do clube como uma das principais explicações. Com dificuldades para pagar as contas, os cidadãos tendem a cortar os gastos com “lazer” – ainda mais quando a ida ao estádio deixa de ser propriamente uma diversão.

Em 2015, ano do hexacampeonato nacional e com diversos ídolos no time, o Corinthians levou mais de 33.000 torcedores de média em sua arena, a melhor marca do país. Em 2016, o Corinthians foi novamente o campeão das arquibancadas, com 30.336 de média, segundo levantamento do Globo Esporte, mas perdeu para o rival Palmeiras nos jogos do Brasileirão (pouco mais de 28.000, contra 32.000 do campeão nacional).

Nem mesmo o número de 11.000 torcedores chega a ser uma tragédia, sobretudo se tratando de um jogo do desinteressante Campeonato Estadual – o bom clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, por exemplo, teve público ainda menor – e é provável que, caso a equipe melhore seu rendimento, a fiel volte a comparecer. O problema maior é a necessidade do Corinthians de pagar as dívidas do estádio, o que só ocorrerá com a renda das partidas.

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Recentemente, o Corinthians chegou a um acordo com a Caixa Econômica Federal para retomar o pagamento das mensalidades da arena a um novo custo, de 2 bilhões de reais. Com o novo contrato, o clube vai demorar mais tempo para quitar o estádio, mas arcará com um valor mensal menor. O valor da renda dos jogos é usado integralmente no pagamento da dívida. 

O Corinthians até reduziu levemente o preço de suas entradas em 2017, mas não o suficiente para trazer de volta o torcedor. Para o jogo contra o Novorizontino, os ingressos mais baratos, que antes rondavam os 60 reais, custavam 40 (arquibancada norte) e 54 reais (arquibancada sul). Os setores mais caros, que estavam praticamente vazios, saiam por 178 reais, nos assentos oeste-inferior.

O clube mantém a posição de que a única forma de obter bons descontos é participar do programa de sócio-torcedor. De acordo com dados do Torcidômetro, o Corinthians tem o maior número de associados do país, com mais de 135.000 parceiros. No entanto, o clube vem falhando na estratégia para reconquistar seus fanáticos apoiadores, a começar pela montagem do elenco.

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A sequência de demissões de treinadores e a amadora e frustrada negociação com o marfinense Didier Drogba foram reflexo da atual administração do clube, que vive um racha político, com direito a processo de impeachment do presidente Roberto de Andrade. O “bando de loucos” pode ajudar e muito, mas o Corinthians precisa fazer sua parte.

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