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Conmebol tenta salvar Libertadores – mas pode piorá-la

A partir de 2017, torneio continental passará a ser disputado de fevereiro a novembro. Resta saber como o calendário de todas as competições será adequado

Por da redação
Atualizado em 27 set 2016, 17h48 - Publicado em 27 set 2016, 16h01

A Copa Libertadores da América, que há anos perde prestígio e recebe críticas por falta de organização e premiações baixíssimas, será reformulada a partir de 2017. Em uma decisão surpreendente, a Conmebol anunciou as mudanças nesta terça-feira, após reunião de dirigentes do Comitê Executivo na sede da entidade, em Assunção, no Paraguai.  Inspirado na Liga dos Campeões, o principal torneio continental de clubes da América será ampliado e acontecerá entre fevereiro e novembro. A entidade também definiu mudanças no formato da (hoje irrelevante) Copa Sul-Americana.

Arbitragem e clubes brasileiros: duas vergonhas na Libertadores

A decisão foi tomada para “harmonizar os calendários de competições com os torneios locais de cada país”, explicou a entidade em comunicado. “Por muito tempo os clubes tiveram de escolher entre o campeonato local e os torneios continentais, e isso afeta a qualidade de ambas as competições”, disse Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol. As mudanças, porém, podem causar ainda mais problemas, especialmente no Brasil, justamente por causa do calendário. Entenda:

Formato

Já está definido que a partir de 2017 a Libertadores será disputada em 42 semanas, e não mais em 27. Além disso, dez dos clubes que não se garantirem nas oitavas de final da competição irão para a Sul-Americana, em um formato semelhante ao adotado pela Uefa na Liga dos Campeões e na Liga Europa. A Sul-Americana passará a ser disputada de junho a dezembro e seu campeão garantirá vaga direto na fase de grupos da Libertadores, e não mas para o estágio preliminar como acontecia até então.

Liga dos Campeões paga quase dez vezes mais que Libertadores

Segundo informações de diversos jornais sul-americanos, como o paraguaio ABC Color, o número de participantes também deve ser ampliado dos atuais 38 para 42 clubes. As novas vagas, porém, ainda não foram atribuídas a um país específico e deverão ser definidas dentro de três semanas em uma reunião do conselho. Especula-se que as vagas possam ser definidas por convite (o que seria uma enorme aberração) ou de acordo com o ranking da entidade, que tem Cruzeiro e Internacional como os melhores brasileiros. 

A Conmebol discute também a possibilidade de a final ser disputada em jogo único e em campo neutro, novamente seguindo os padrões da Liga dos Campeões da Europa. Um tuíte do presidente Domínguez reforça essa possibilidade. “Analisando estatísticas das finais da Copa Libertadores, time local no segundo jogo ganhou 7 de 10. Justiça desportiva exige final única em campo neutro”, escreveu o dirigente. A possibilidade já vem sendo criticada por muitos torcedores nas redes sociais.  

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, postou foto da reunião no qual estavam presentes o mandatário do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, e Reinaldo Carneiro Bastos, homem-forte da federação paulista (FPF).

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Problemas

A lógica indica que o novo formato pode trazer outros problemas, pois esbarra na fragilidade dos clubes sul-americanos na janela de transferências do verão europeu e, sobretudo,  no calendário.

É bem provável que os clubes que se destacarem na Libertadores no primeiro semestre percam seus principais jogadores para o futebol europeu (ou para o chinês) em julho, o que obrigaria as equipes a renovar rapidamente seus elencos com a competição em andamento.

Além disso, especificamente no caso brasileiro, a reta final da Libertadores coincidiria também com as fases finais do Brasileirão e da Copa do Brasil – no formato atual, a Libertadores concorre apenas com o início do Brasileirão. É bem provável, portanto, que os clubes brasileiros classificados à Libertadores sejam impedidos de jogar a Copa do Brasil, como ocorreu até 2013.

 

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