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Carreira de Pet prova: europeu também conquista o país do futebol

Por Da Redação
3 nov 2011, 14h58

Divulgação/Vipcomm

RAIO- X

Nome: Dejan Petkovic

Posição: Meia

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Data e local de nascimento: 10 de setembro de 1972, em Majdanpek (Sérvia)

Altura: 1,77m

Clubes: Radnicki Nis-IUG (1988 a 1991), Estrela Vermelha-SER (1991 a 1995), Real Madrid (1995), Sevilla (1996), Racing Santander (1996 a 1997), Vitória (1997 a 1999), Venezia-ITA (1999 a 2000), Flamengo (2000 a 2002 e 2009 a 2011), Vasco (2002 a 2003 e 2004), Shanghaï Shenhua-CHI (2003 a 2004), Al-Ittihad-ARS (2004 a 2005), Fluminense (2005 a 2006), Goiás (2007), Santos (2007) e Atlético-MG (2008)

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Títulos: Mundial de Clubes (1991), Campeonato Brasileiro (2009) Campeonato Espanhol (1996/1997), Campeonato Carioca (2000 e 2001), Campeonato Baiano (1999), Campeonato Iugoslavo (1991/92 e 1994/1995), Campeonato Chinês (2003), Copa da Iugoslávia (1992/1993 e 1994/95), Supercopa da Espanha (1997), Copa dos Campeões (2001) e Copa do Nordeste (1999)

Teve fim neste domingo, no Engenhão, uma carreira única. Se os europeus consideram que descobriram o Brasil há mais de 1500 anos, em viagem comandada pelo português Pedro Álvares Cabral, um sérvio tratou de mostrar entre o final do século XX e o início do século XXI que é possível se destacar em um dos setores que mais orgulha os brasileiros. É esta a marca que Petkovic deixa após seu último jogo oficial, com a camisa do Flamengo, contra o Corinthians.

Veja galeria de fotos da carreira de Pet

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Aos 38 anos, o meia não teve a oportunidade nem de uma partida festiva para se despedir. O adeus teve que ser em um compromisso no Campeonato Brasileiro. O último desafio de um jogador que não encontrou espaço no Real Madrid e pouco chamou atenção ao desembarcar no Vitória, em 1997. O próprio Dejan admitiu não imaginar que pararia aqui. Muito menos que seria o único europeu a ser unanimidade no futebol brasileiro.

‘Quando eu era criança, só sonhava em jogar no Estrela Vermelha e conquistar um título. Só isso já me bastava’, contou Petkovic. Aquele garoto apelidado de Rambo por alguém que viu semelhança física com o personagem de Sylvester Stallone não percebia que seu futebol de precisão em passes e finalizações era tipicamente brasileiro.

O sucesso ainda precoce em três anos no Radnicki Nis já garantiu a realização do sonho de chegar ao Estrela Vermelha e ser campeão com seis meses de clube com o título mundial. A condição de astro no principal clube da então Iugoslávia permitiu ao sérvio almejar desbravar a Europa logo com seu maior conquistador: o Real Madrid. Mas brigas políticas internas o fizeram apenas transitar, sem destaque, pela Espanha, emprestado a outros times.

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Como Cabral, segundo consta, chegou ao Brasil desembarcando no Nordeste em navegação que teria como rumo as Índias, Petkovic chegou ao País na Bahia, mas pensando na Europa. Parou no Vitória como um dos reforços trazidos pelo banco Excel, com a clara intenção de usar a equipe baiana como uma vitrine para o recomeço no Velho Continente. Demorou pouco para perceber que poderia ser feliz aqui, e vestindo as cores que simbolizam seu sucesso: o preto e o vermelho.

Sem fazer barulho, o desconhecido apresentado no Rubro-negro de Salvador com Túlio Maravilha e Bebeto fez com que o Brasil prestasse atenção no clube mais pelo desempenho em campo do que por ações de marketing. Somou todos os títulos que poderia na região e fez com que equipes mais tradicionais procurassem um meio de contratá-lo. E ele agradece ao Vitória. ‘Ficava um bom tempo sem receber lá, mas jogava feliz.’

Petkovic ainda se aventurou no Venezia, da Itália, antes de entender, enfim, que o país que o admirava já era sua casa. Era mais respeitado no Brasil do que na terra natal. Teve poucas chances na Iugoslávia, uma delas em um amistoso contra a seleção brasileira em um empate por 1 a 1 em São Luis, no Maranhão, na estreia de Vanderlei Luxemburgo à frente do time. A seleção iugoslava virou Sérvia e Montenegro e, depois, só Sérvia, mas nunca mais teve Pet.Foi no Flamengo que ele encontrou a glória. Passou a ser chamado de ‘Gringo’, mas parecia um autentico brasileiro inspirado em Zico ao usar a camisa 10 do Galinho. Não há quem esqueça a precisão na cobrança de falta que valeu o tricampeonato carioca em cima do arquirrival Vasco, em 2001. O rubro-negro, mais uma vez, lhe caía bem.

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Pet ainda passou pelo próprio Vasco e chegou a conquistar a torcida do Fluminense – alguns gostariam de vê-lo fazer uma despedida pelo Tricolor nas Laranjeiras. Voltou a desbravar outros continentes com aventuras na Ásia antes de passagens a serem esquecidas por Goiás, Santos e Atlético-MG. O Rambo parecia vencido.

Mas o Gringo reapareceu. Foi inscrito no Flamengo apenas para aliviar as dívidas do clube com ele. Só que não cabe a este sérvio o papel de coadjuvante quando usa rubro-negro. O Brasil que tanto sentia falta de camisas 10 típicos, que pensam no jogo e raramente falham chutando ou passando, redescobriu um sérvio que apareceu até com gols olímpicos.

O título brasileiro de 2009 e os pés eternizados na Calçada da Fama do Maracanã serviram para deixar claro que Petkovic foi mais um europeu que pode pisar no Brasil e dizer ‘Vim, vi e venci’, com direito a filme que será lançado neste mês contando sua trajetória. Em agosto, reencontrará o Estrela Vermelha com a camisa do Flamengo. Um amistoso festivo ou, na prática, uma mensagem: atravessei o Atlântico para me sentir brasileiro no país do futebol.

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