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Bronze na Rio-2016 denuncia calote da confederação de taekwondo

Maicon Andrade revelou que a CBTK lhe deve R$ 23.000 entre premiações e reembolsos de viagens. "Não estou mendigando, ganhei uma medalha e mereço"

Por Leonardo Pinto
Atualizado em 27 out 2016, 12h41 - Publicado em 27 out 2016, 11h46

Maicon Andrade, medalhista de bronze de taekwondo na Rio-2016, revelou nesta quinta-feira que tem várias contas a acertar com a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD). O atleta mineiro de 23 anos acusou a entidade de não pagar a premiação prometida caso ele ganhasse uma medalha olímpica, nem o reembolso de algumas passagens aéreas.

Maicon reclama aproximadamente 23.000 reais (12.500 da premiação, 10.500 de duas viagens).  “O prazo para o pagamento era até sexta-feira passada e agora a federação só enrola, me deu um calote. Não estou aqui mendigando, a questão é que ganhei a medalha e mereço. É um descaso total”, revelou Maicon no Centro de treinamento, em Sao Caetano  do Sul.

Maicon ainda alega não ter recebido o bolsa-atleta do governo desde o ano passado e contou que sua única fonte de renda é o salário de 1.700 reais pago pela Prefeitura de São Caetano. “Após os Jogos, nada mudou. Achei que fosse melhorar o esporte, que as coisas fossem melhorar para mim, mas não. Se estava ruim antes, agora está muito pior. A confederação nem conversa comigo.”

As viagens que Maicon tirou do próprio bolso não foram para ele. O atleta mineiro conta que na preparação para a Olimpíada, ele custeou a viagem de dois sparrings (parceiros de treino) iranianos para o Brasil. O objetivo era simular lutas contra os possíveis adversários que teria na Rio-2016.

Desde 2013, a CBTKD é alvo de denúncias de corrupção  envolvendo desvio de dinheiro público relacionados a repasses do Ministério do Esporte. No final de agosto, logo depois da Rio-2016, Carlos Fernandes, então presidente da CBTKD, foi afastado do cargo após investigações do Ministério Público de suspeitas de corrupção, peculato e fraudes em licitações.

Segundo Maicon, os dirigentes da CBTKD alegam que a crise dos bancos afetou o pagamento e que as mudanças administrativas na entidade fizeram com que os dados bancários dos atletas não fossem repassados. Ele ainda revelou que recebeu um e-mail da confederação o convidando para ir à sede no Rio de janeiro para resolver a situação. No entanto, o lutador se recusa a gastar mais dinheiro com transporte.

O atleta mineiro conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olimpicos do Rio de janeiro ao derrotar o britânico Mahama Cho por 5 a 4, pela categoria acima dos 80 Kg. Esta foi a segunda medalha do país nessa modalidade em toda a história olímpica: em Pequim-2008, Natália Falavigna também conquistou o bronze.

Nascido na cidade de Justinópolis, em Minas Gerais, Maicon chegou a trabalhar como pedreiro  antes de ser convidado a mudar para São Caetano para ser uma das maiores promessas  do taekwondo nacional.

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Resposta – A CBTK respondeu a denúncia por meio de uma breve nota e afirmou que aguarda Maicon na sede da entidade para quitar todas as dívidas. Conforme notas da CBTKD divulgadas anteriormente, finalmente regularizamos a representação da entidade junto às instituições financeiras, sendo que o atleta Maicon já foi convidado para comparecer à sede  da CBTKD para tratar de assuntos do seu interesse, inclusive o recebimento do prêmio, na data que melhor lhe convier, em dia útil, nos avisando com 48 horas de antecedência.

Lutador de Taekwondo, Maicon Siqueira, celebra vitória na etapa qualificatória da categoria acima de 80kg pelos Jogos Olímpicos Rio-2016
Mineiro Maicon Andrade conquistou uma das medalhas brasileiras mais inesperadas da Rio-2016 (Issei Kato/Reuters)

 

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