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Barcelona, 20 anos depois: a Olimpíada e a nova cidade

Projeto catalão costuma ser apontado como um exemplo positivo do poder de transformação dos Jogos. A cidade renasceu - mas o plano também teve falhas

Por Giancarlo Lepiani
8 abr 2012, 08h18

A região portuária, que fica no leste de Barcelona, era feia, suja e pobre. Hoje há fila de espera para alugar ou comprar um dos mais de 2.000 apartamentos da vila

O principal ponto de referência de Barcelona está em construção há 130 anos. Desde 1882, a capital da Catalunha assiste à lenta ascensão do Templo Expiatório da Sagrada Família, testamento vivo do genial Gaudí, erguido pedra por pedra, sem pressa nem prazo fixo para terminar – fala-se em 2026, mas ninguém sabe ao certo quando a obra chegará ao fim. A cidade não era exatamente um exemplo de dinamismo e modernidade urbana quando foi escolhida para sediar a Olimpíada de 1992, sete anos antes. O impacto dos Jogos, no entanto, foi nada menos que assombroso. Passadas duas décadas do fim do evento, Barcelona é uma cidade irreconhecível para quem a conhecia antes do projeto olímpico. Além das transformações profundas e radicais em sua trama urbana, a metrópole catalã experimentou uma espécie de revolução social e demográfica: de cidade degradada e pouco próspera, passou a capital cultural, pólo de negócios e destino turístico que atrai milhões de visitantes. Também ganhou muito em quesitos difíceis de mensurar, como influência, diversidade e charme. A realização da Olimpíada, é claro, não foi um toque de mágica que, sozinho, enriqueceu e embelezou a cidade. Mas ninguém nega que os Jogos foram a pedra fundamental para a reinvenção de Barcelona – o que a coloca, invariavelmente, em qualquer discussão sobre qual deve ser o legado deixado por uma Olimpíada.

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Olimpíada ‘alternativa’ – Além da antiga região portuária, hoje conhecida como Port Olímpic, outras três áreas concentraram as instalações esportivas dos Jogos de Barcelona – e esses quatro núcleos olímpicos foram conectados por quase 50 quilômetros de novas vias. Durante o evento, elas serviram para facilitar o transporte entre os locais de competição; encerrada a Olimpíada, ajudaram a aliviar o trânsito. Não muito longe de Port Olímpic, a colina de Montjuïc foi transformada no principal centro de competições dos Jogos. Palco da Exposição Internacional de 1929, Montjuïc tinha até um estádio olímpico, feito para receber uma Olimpíada “alternativa” antifascismo, simultânea aos Jogos de Berlim-1936, considerados uma grande peça de propaganda de Hitler. Os “jogos paralelos” de Barcelona acabaram não acontecendo (a Guerra Civil Espanhola veio antes), e a cidade ganhou seu primeiro elefante branco. Como os clubes de futebol da cidade tinham seus próprios estádios – Camp Nou, do Barça, e o Sarriá, do Espanyol -, o local ficou praticamente sem uso durante décadas. Nada melhor que uma Olimpíada de verdade para corrigir o problema. Para receber os Jogos de 1992, no entanto, o estádio teve de ser submetido a uma profunda e custosa transformação. Com capacidade para 65.000 pessoas, foi um palco belíssimo para a abertura, o encerramento e as competições de atletismo – e pouco mais que isso. Talvez o ponto mais frágil na avaliação do legado olímpico de 1992, o estádio de Montjuïc não teve o destino que se previa quando Barcelona apresentou seus planos pós-Jogos.

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