Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Ayrton Senna, o Musical’ reproduz emoção da carreira do ídolo

Peça em homenagem ao piloto brasileiro morto em 1994 está em cartaz no Rio e chega a São Paulo em março de 2018

Por Estadão Conteúdo 17 nov 2017, 10h29

Está em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro Riachuelo, o espetáculo Ayrton Senna, o Musical, que conta a história do ex-piloto brasileiro de Fórmula 1 morto em 1994. A produção consumiu três anos de trabalho, entre concepção do projeto e realização, e é um dos mais originais espetáculos do gênero criados no Brasil. Na peça, Senna é representado pelo ator Hugo Bonemer.

“O maior desafio era criar um musical sobre alguém que não tinha relação com a música”, conta Aniela Jordan, sócia-diretora da Aventura Entretenimento, empresa responsável pela produção. “Outro importante detalhe era tratar de Ayrton Senna, figura carismática e ainda muito amada.”

Depois de não aprovar os caminhos propostos por alguns roteiristas, Aniela chegou ao ator e diretor Claudio Lins, que se dispôs a encarar o desafio. “Ele se reuniu com Cristiano Gualda e, dias depois, trouxeram a solução.” Era uma opção arrojada, mas, se vingasse, seria a melhor delas, pensou a produtora que, nessa que é a sua 22ª peça musical, jamais teve tantos empecilhos para resolver.

O espetáculo se passa durante os momentos que cercaram o GP de San Marino, no fatídico dia 1º de maio de 1994, que resultou na morte de Senna. Com mau presságio provocado pelo acidente de Rubens Barrichello e pela morte do austríaco Roland Ratzenberger, nos dois treinos que antecederam a prova, Ayrton Senna era um homem marcado pela angústia. E essa questão envolvendo a voz da consciência é mostrada por Victor Maia, que vive um personagem que existe apenas na cabeça do piloto.

Ao longo dos anos, convencionou-se tratar a estrutura da Fórmula 1 como um circo, por causa de seu caráter passageiro – durante uma semana, as equipes montam seus boxes num autódromo para, dias depois, desmontar e seguir para outra cidade. Coincidência ou não, são artistas circenses quem também compõem o musical, uma ideia trabalhada por Lins, Gualda e também o diretor Renato Rocha, que buscavam uma forma de reproduzir no palco a adrenalina provocada por uma corrida de F-1.

“Era preciso criar uma atração de alto risco”, justifica Rocha, que desenvolveu carreira internacional por quase 10 anos, reconhecido por unir circo e teatro. “Não tem como fazer um espetáculo sobre Senna sem muita velocidade, sons e luzes. Daí termos muitos números aéreos e pendulares.”

Continua após a publicidade

Assim, ao longo de toda a peça, o palco é ocupado por artistas que voam amarrados apenas por cordas, fazem acrobacias com aros gigantes, empoleiram-se em estruturas metálicas, exibindo grande agilidade e se expondo ao risco – tal qual um piloto de F-1. Contribuem para isso a coreografia de Lavínia Bizzotton, que reproduz os movimentos de quem pilota um carro de competição, e a direção de arte e cenário de Gringo Cardia, composto por símbolos típicos de uma competição automobilística, como pneus, volantes.

Até mesmo o protagonista, Hugo Bonemer, não escapa das piruetas. Com incrível semelhança física com Senna, o ator, que é primo do jornalista William Bonner, revela sua maturidade artística ao criar com precisão um homem que, naquele momento específico, está dividido entre a determinação que o marcou durante toda a carreira vitoriosa e a estranha e penosa sensação de que tudo está por um fio e vai acabar. Um delírio criativo, que faz lembrar grandes obras memorialistas como All That Jazz, derradeiro filme de um gigante dos musicais, Bob Fosse.

Para completar, a trilha sonora, também criada por Lins e Gualda, e a direção musical de Felipe Habib. As letras tanto reproduzem a intimidade de Senna (a relação familiar e com as namoradas, sem citar nenhuma) como o clima de corrida. Para isso, a melodia, por vezes, é acelerada, num tom metálico, que faz lembrar o som do grupo alemão Kraftwerk, graças principalmente ao uso de uma iluminação a laser.

Continua após a publicidade

E, mesmo quando não há canções, o público é “mantido” dentro de um autódromo graças a sons característicos, que ficam em segundo plano ecoando no teatro, como o do motor rangendo na reta ou o do desparafusar na rápida troca de pneus. O musical chegará a São Paulo, em março de 2018A, no Teatro Sérgio Cardoso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.