O atacante Adriano chegou pontualmente ao Ministério Público Estadual do Rio, onde presta depoimento sobre suas relações com traficantes. O jogador chegou em seu próprio carro, um Audi K7 branco, dirigido por motorista. Na segunda-feira, ele deveria ter comparecido à 38ª DP (Brás de Pina), mas seu advogado apareceu em seu lugar e justificou que seu cliente não estava em condições de depor. Naquele dia, o jornal carioca O Dia publicou duas fotos que complicaram ainda mais a situação do jogador. Numa delas, Adriano aparece segurando o que parece ser um fuzil e, na outra, mostrando as iniciais da facção criminosa Comando Vermelho com as mãos. Só por esse gesto, ele já pode ser acusado de apologia ao crime.
O inquérito da 38ª DP investiga “tráfico ilícito de drogas, associação para fins de tráfico e posse ilegal de arma de fogo praticados por integrantes da organização criminosa Comando Vermelho” nas favelas Furquim Mendes e Dique, na zona norte do Rio. Gravações telefônicas autorizadas pela Justiça registraram diálogo em que Adriano relata a um amigo que estaria sendo “sufocado” pelo traficante Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, que estaria cobrando dele 60.000 reais.
As relações de Adriano com traficantes começaram a chamar a atenção da polícia no ano passado, quando outra delegacia, a 22ª DP (Penha) instaurou inquérito para investigar como uma moto, comprada pelo atacante por 35.000 reais, foi registrada em nome da mãe de um traficante. A mulher, com 66 anos, nunca teve habilitação para conduzir carros ou motos.