Operário morre durante desmontagem de instalações da Rio-2016
O Comitê Organizador da Rio-2016 confirmou o falecimento e colocou a culpa nas empresas terceirizadas contratadas para o serviço
Uma tragédia ocorreu nesta quarta-feira durante desmontagem de instalações dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro: um operário morreu e outro perdeu uma perna em dois acidentes. O Comitê Organizador da Rio-2016 confirmou o ocorrido e disse que a responsabilidade por possíveis falhas é das empresas terceirizadas.
“A gente não tinha nenhum controle sobre essas ocorrências, foram em instalações nossas em operações terceirizadas e nos dois acidentes ocorreram erros primários. A culpa não é nossa, é de quem contrata os funcionários, seja ele de menor ou maior qualidade”, afirmou o diretor de comunicação do Comitê da Rio-2016, Mario Andrada.
Para o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Comitê não pode se eximir de responsabilidades por ter terceirizado os serviços dos Jogos. “Quando você contrata um terceirizado, você tem que fiscalizar e ficar atento para saber se está cumprindo a lei. No fim das contas, chegando ao Judiciário, há responsabilização sim do contratante (Comitê)”, afirmou Vivian Mattos, procuradora do MPT .
Segundo um funcionário das empresas contratadas, que quis manter o anonimato, a segurança dos trabalhadores está fragilizada e ameaçada desde que o Comitê dispensou mais de 100 fiscais de segurança do trabalho que seriam responsáveis por acompanhar a desmontagem.
Nos últimos dias, outros acidentes ocorreram: um operário morreu eletrocutado num canteiro de apoio montado nas proximidades de um shopping da zona oeste do Rio de Janeiro e outro teve uma perna amputada depois de se envolver em um acidente com um poste de luz que fazia parte da Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana.
Atrasos – Nesta quarta-feira, funcionários de uma empresa terceirizada fizeram protesto na porta do Comitê, no centro do Rio de Janeiro, contra os atrasos de pagamentos. O Comitê admitiu que há uma descontinuidade no pagamento de alguns prestadores de serviço, mas Mario Andrada garantiu “que não haverá calote” a nenhum fornecedor.
(Com Reuters)