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Unesco aprova resolução que nega elo judeu com Monte do Templo

Resolução da Unesco chama locais sagrados apenas pelo nome árabe e faz parte de campanha da entidade contra Israel

Por Da redação
Atualizado em 18 out 2016, 19h26 - Publicado em 18 out 2016, 17h55

A Unesco aprovou formalmente nesta terça-feira uma resolução sobre Jerusalém Oriental promovida por países árabes em nome da proteção do patrimônio cultural palestino. Segundo Israel, o decreto nega o vínculo milenar entre os judeus e a cidade ao afirmar que o Muro das Lamentações, local mais santo para a religião judaica, assim com todo o Monte do Templo (do qual o Muro faz parte) são sagrados “apenas para os muçulmanos”.

O texto, proposto por Argélia, Egito, Líbano, Marrocos, Omã, Catar e Sudão, foi examinado pelos 58 membros do Conselho Executivo da organização para a educação, ciência e cultura da ONU, em sua sede em Paris. A primeira votação, na quinta-feira passada, teve 24 votos a favor e seis contra (28 abstenções) e provocou indignação em Israel: seu governo anunciou imediatamente a suspensão de sua cooperação com a Unesco, em sinal de protesto.

Nesta terça-feira, nenhum dos Estados membros do Conselho, reunidos em assembleia plenária, pediram a reabertura do debate e o texto foi confirmado sem a necessidade de uma nova votação, explicou um porta-voz da Unesco. O México, que tinha a intenção inicial de pedir uma nova votação, recuou de sua decisão por pressão dos países ocidentais. O diplomata representante do Brasil discursou no final da sessão e indicou que apesar do seu voto favorável a essa resolução, não deve apoiar votações como essa no futuro. 

Os palestinos comemoraram a vitória. “A resolução lembra que Israel é um potência ocupante em Jerusalém Oriental e pede que pare com os abusos”, declarou à imprensa o embaixador adjunto palestino na Unesco, Munir Anastas. Por outro lado, o embaixador de Israel na Unesco, Carmel Shama Cohen, criticou a decisão, que segundo ele não ajuda na normalização das relações entre palestinos e israelenses. “Não é um bom lugar para resolver os problemas entre países ou povos”, afirmou o embaixador.

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A moção aprovada pela ONU considera ilegal a anexação de Jerusalém Oriental por Israel, que ocupa a velha cidade e suas muralhas desde 1967. É ali, neste local inscrito na lista de patrimônio mundial da Unesco, que se encontra a Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islã, mas que é também o local mais sagrado para os judeus, que o chamam de Monte do Templo.

Embora a resolução “afirme a importância da cidade velha de Jerusalém para a três religiões monoteístas”, a classe política israelense ficou ofuscada pelas frases usadas no texto. “Dizer que Israel não tem relação com o Monte do Templo e o Kote (Muro das Lamentações) é como dizer que os chineses não têm relação com a (grande) Muralha da China”, denunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na semana passada.

A campanha da Unesco contra Israel é antiga. Em 2010, a entidade aprovou cinco resoluções contra o país, igualmente impulsionadas por países árabes. Nelas, a organização rechaçou os esforços de Israel para realizar escavações arqueológicas na cidade, considerou que locais sagrados em Belém e Hebron pertencem unicamente aos territórios palestinos, além de condenar a existência de um muro que separa Israel dos territórios e o bloqueio imposto contra a Faixa de Gaza.

(Com AFP)

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