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‘Una Mujer Fantástica’ pode dar prêmio inédito para atriz trans

Daniela Vega coloca-se como uma das favoritas ao Urso de Prata por sua atuação no filme chileno de Sebastián Lelio no Festival de Berlim

Por Mariane Morisawa, de Berlim
15 fev 2017, 21h31

Quatro anos atrás, Gloria, de Sebastián Lelio, nascido na Argentina e radicado no Chile, saiu do Festival de Berlim com o Urso de Prata de melhor atriz para Paulina Garcia. Nesta 67ª edição, o diretor tem a chance de repetir o feito com Una Mujer Fantástica, e ainda entrar na história como um dos primeiros grandes prêmios do cinema para uma atriz transgênero – isso se não ganhar um troféu mais importante.

Daniela Vega faz uma interpretação contida, cheia de nuances, como Marina, que acabou de se mudar para o apartamento de seu namorado mais velho, Orlando (Francisco Reyes). Uma noite, ele passa mal, cai na escada e morre no hospital por causa de um aneurisma. As provações de Marina começam ali, quando ela ainda está em choque.

Um médico desconfia que ela é prostituta e um policial insiste em chamá-la pelo nome masculino que consta em sua carteira de identidade. Piora com a família de Orlando. Ao devolver o carro para a ex-mulher dele, Sonia (Aline Küppenheim), ouve: “Quando te vejo, não sei o que vejo”. Um dos filhos de Orlando, Bruno (Nicolás Saavedra), invade o apartamento e fala que não sabe “o que” ela é. Bruno vai ficando cada vez mais agressivo, apesar de Marina só ter pedido algumas semanas para desocupar o imóvel. Gabo (Luis Gnecco), irmão de Orlando, parece um pouco menos cruel, mas também quer evitar escândalos a qualquer custo.

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Marina é proibida de comparecer ao velório e ao enterro. A polícia também a procura. Adriana (Amparo Noguera), que investiga o caso, quer estabelecer se Marina espancou Orlando (que estava machucado por causa da queda) ou foi estuprada. Mas sua abordagem não é nada simpática, incluindo um exame corporal que é agressivo e humilhante.

Marina parece ter o mundo contra ela, e a grande sacada do filme é contar a história inteiramente sob seu ponto de vista. Para ela, naquele momento, parece mesmo. Marina resiste e insiste em fazer tudo em seus próprios termos. Com ares de Alfred Hitchcock e Pedro Almodóvar, Una Mujer Fantástica, que tem produção de Pablo Larraín (Jackie) e Maren Ade (Toni Erdmann), mescla o registro realista com algumas cenas mais impressionistas, como uma em que ela se transforma em estrela numa boate e outra em que caminha contra o vento.

Como Gloria, a protagonista do filme anterior que precisava aprender a nadar contra a corrente numa sociedade cega para as mulheres mais velhas, Marina também luta contra a ventania, aqueles que desejam determinar quem ela é, como se ela mesma não fosse a única capaz de fazer isso.

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