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‘Sol Nascente’ deixa orientais ‘perdidos na multidão’, diz atriz

Cristina Sano, do grupo Oriente-se, critica escalação de Luís Melo para viver personagem japonês na nova novela das 6 da Globo

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 ago 2016, 21h31 - Publicado em 29 ago 2016, 20h28

A nova novela das 6 da Globo, Sol Nascente, estreou nesta segunda-feira já envolvida em uma controvérsia: o fato de um dos protagonistas da trama, Kazuo Tanaka, ser vivido por Luís Melo, ator filho de uma índia com um italiano. A emissora, criticada pelo que vem sendo chamado de “yellowface”, em referência ao blackface, a antiga prática de se pintar o rosto de atores brancos escalados para viver personagens negros, logo tratou de explicar que Tanaka, na verdade, é mestiço, neto de um americano com uma japonesa. Mas a desculpa não colou. “Não nos sentimos representados”, diz ao site de VEJA Cristina Sano, atriz e uma das representantes do Oriente-se, grupo de atores profissionais brasileiros com ascendência oriental.

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Em seu primeiro capítulo, o folhetim de Walther Negrão apresentou seus principais personagens. Tanaka conheceu seu grande amigo, o italiano Gaetano (Francisco Cuoco), quando eles chegaram ao país, mais de cinquenta anos atrás. Gaetano viajou já junto com Geppina (Aracy Balabanian), com quem ele formou uma família por aqui, enquanto Tanaka se apaixonou por uma brasileira, que já tinha uma filha de um relacionamento anterior, Alice (Giovanna Antonelli). A mulher de Tanaka morreu pouco depois e ele criou Alice como sua filha.

Segundo Cristina, a questão que está em xeque não é o talento de Luís Melo para viver o personagem – mas suas origens, mesmo. “Ele é extremamente talentoso. Mas não é descendente de japoneses”, diz. Para a atriz, é preocupante que esse tipo de escalação ainda esteja acontecendo. “Em 2016, você ser conivente com isso equivale a você ser conivente com o blackface. Estamos no meio de uma enorme discussão sobre representatividade e isso acontece. A equipe da novela responsável pela escalação pisou no tomate.”

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Japoneses ao fundo

As duas famílias, de Gaetano e de Tanaka, são muito unidas. Tanto que a grande história de amor da novela deve ser a de Alice com Mario (Bruno Gagliasso), neto de Gaetano e Geppina. Muito amigos desde criança, os dois vão perceber que sentem algo diferente um pelo outro no decorrer da trama. Nesta estreia, Mario já ficou abalado ao descobrir que a amiga vai ficar dois anos fora, estudando no Japão.

O capítulo focou esses personagens – nenhum deles interpretado por um ator oriental. Aqueles que, de fato, são vividos por atores de ascendência oriental, ficaram apagados, como a família de Mieko (Miwa Yanagizawa), irmã de Tanaka que vem do Japão para o Brasil após ficar viúva. Ela tem três filhos: Hirô (Carol Nakamura), Yumi (Jacqueline Sato) e Hideo (Paulo Chun). Nenhum deles teve uma fala que durasse mais de dois segundos. “Os japoneses de verdade ficaram lá perdidos na multidão. Ninguém falou nada”, diz Cristina Sano.

Redes sociais

Na internet, o público ficou dividido. Enquanto alguns abraçaram a história e deixaram de lado a escalação, outros criticaram a escolha de Luís Melo para o papel de Tanaka. O momento mais problemático foi no flashback, quando o personagem conhece Gaetano e Geppina ao chegar ao Brasil. Cinquenta anos mais jovem, ele era também “mais japonês”, já que nessa sequência Tanaka foi vivido por Daniel Uemura.

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