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Sai em DVD ‘Os Deuses Malditos’, de Luchino Visconti

Por Da Redação
12 jun 2012, 10h25

Por AE

São Paulo – Luchino Visconti havia iniciado a década de 1960 com uma obra-prima, “Rocco e Seus Irmãos”, à qual se seguiram “O Trabalho”, episódio de “Boccaccio 70”, “O Leopardo” e “Vagas Estrelas da Ursa”. Mas em 1967/68, ele estava amargurado. Toda a vida Visconti quis adaptar “O Estrangeiro”, de Albert Camus, mas a viúva do escritor não lhe permitiu atualizar o livro, como queria, e a obra acabada ficou aquém de sua expectativa. Foi nesse quadro que, atento aos movimentos sociais da época – a reação ao Maio de 68, o ressurgimento do (neo)fascismo como força eleitoral na Itália -, ele começou a gestar sua trilogia alemã.

Ela começou com “Os Deuses Malditos”, que agora sai em DVD, prosseguiu com “Morte em Veneza” e concluiu-se com “Ludwig, a Paixão de Um Rei”. Os filmes foram surgindo um a cada dois anos – 1969, 1971, 1973. Durante a realização do terceiro, o cineasta sofreu a trombose que o deixou parcialmente paralisado e foi assim, em condições físicas precárias, que prosseguiu sua obra até o fim. Aos que o cobravam o por quê da trilogia alemã, Visconti dizia que o romantismo tedesco havia sido decisivo na sua formação intelectual. E mais – ele estava na Alemanha justamente no começo dos anos 1930, quando os nazistas consolidaram seu poder.

Testemunhara a forma como Adolf Hitler se cercara dos integrantes do que virou umas tropa de choque, os SA, cujo comandante supremo era um homossexual violento (e totalmente devotado ao führer). Já encastelado no poder, Hitler quis se dissociar dos SA e ordenou seu massacre pelo que viria a ser a elite do Reich, os SS. A cena é reconstituída em “Os Deuses Malditos”. Rende um dos momentos mais fortes do filme.

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“Os Deuses Malditos”, The Damned, na versão que a Warner distribuiu internacionalmente. O filme nasceu do encontro de lembranças pessoais e políticas com a apreensão de Visconti pelo que antecipava como futuro da Itália. Pier Paolo Pasolini também advertia em seus escritos – e nos filmes – para a rescalada do fascismo na vida italiana. Tudo isso é verdade, mas o verdadeiro motor para “Os Deuses Malditos” foi uma reflexão que Visconti já vinha fazendo há algum tempo.

Depois das sagas familiares de “Rocco”, “O Leopardo” e “Vagas Estrelas”, em conversas com sua roteirista Suso Cecchi D�Amico, ele manifestou o desejo de radicalizar a ideia da família como célula social. Surgiram assim os Essenbecks, tão poderosos que a própria condição social lhes permite matar e cometer incesto impunemente. Suso deu o start, mas Visconti precisou de outro roteirista, Enrico Medioli, para dar plena vazão às monstruosidades que perseguem/acometem os personagens de “Os Deuses Malditos”.

O filme começa com um suntuoso jantar na casa da família protagonista. São industriais do aço e Visconti vai usar o fogo da usina, na abertura e no encerramento, para tecer um cerimonial ajustado às encenações do nazismo, que privilegiavam o fogo. O tom é operístico, wagneriano – uma ópera antinazista. O patriarca da família será morto nessa longa noite de loucuras e o poder será enfeixado por Martin, que vai explorar as divisões internas e lançar Essenbeck contra Essenbeck para reinar no clã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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OS DEUSES MALDITOS

Distribuidora: Versátil.

Preço: R$ 37,50

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