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Revista americana rasga elogio a longa brasileiro em Sundance

'Engenhoso, belo, cheio de camadas', diz crítico da 'The Hollywood Reporter' que acompanha o maior festival de cinema independente do mundo

Por Da Redação
27 jan 2015, 10h38

Fora do Oscar pelo décimo ano seguido, o cinema brasileiro vem angariando atenção e aplausos em outro importante evento do cinema mundial, o Festival de Sundance, encontro criado por Robert Redford para reunir produtores e diretores indenpendentes, mas que vem crescendo como plataforma de alguns dos lançamentos mais importantes do ano. Escalado para a competição principal, Que Horas Ela Volta, o quarto filme da paulista Anna Muylaert (dos bons É Proibido Fumar, Chamada a Cobrar e Durval Discos), recebeu uma resenha positiva do site da revista The Hollywood Reporter, uma das mais sérias do segmento, com direito a um elogio rasgado à atriz Regina Casé, protagonista do longa.

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“Regina Casé (Eu Tu Eles) tem um desempenho impressionante como empregada doméstica cuja filha chega para questionar o status quo em que está inserida”, escreve o crítico Boyd van Hoeij. Que Horas Ela Volta, que ganhou o título de Second Mother para o mercado internacional, conta a história de uma mulher que deixa a filha no Nordeste para ganhar a vida trabalhando para uma família de classe média alta, onde se torna uma espécie de segunda mãe do adolescente da casa. Val, a personagem, “sabe o seu lugar” na família, mas esse lugar é questionado pela filha, que se hospeda na casa quando chega para prestar o vestibular da USP.

“Este drama denso e cheio de camadas disseca com humor e precisão arrepiante as diferenças de classe e a relação entre as mães reais e os cuidadores e questiona o privilégio como algo estanque”, continua o crítico. “Depois da sua passagem por Sundance e Berlim, esse filme deverá atrair o interesse de festivais e distribuidores inteligentes dos quatro cantos do mundo”, aposta.

“Uma ex-crítica de cinema que também tem co-escrito filmes feitos por outros, faz aqui um trabalho hábil ao contar a sua história e apresentar seus personagens e dilemas de uma maneira que convida o espectador à reflexão, imediatamente”, continua a resenha. “A beleza do roteiro engenhosamente construído é que ele expõe uma trama, ao mesmo tempo ek que explora um monte de ideias complexas por baixo dela, e Muylaert sabe evitar clichês de maneiras inventivas, fazendo o filme parecerorgânico.”

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Que Horas Ela Volta?, a bem da verdade, já foi exibido no Festival de Locarno, no final de 2014, quando ganhou também uma resenha positiva de uma importante revista americana, a Variety. O texto destacava o fato de Anna Muylaert fazer parte de uma geração de cineastas que está se consolidando, com nomes como Cao Hamburger — para quem a diretora escreveu o roteiro de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006) — e que o longa combinava com os selecionados por Sundance.

Oscar — Há tempos o Brasil não chega perto de um Oscar. A última vez que um longa nacional ficou entre os cinco finalistas à estatueta de melhor filme em língua estrangeira foi em 1999, com Central do Brasil, de Walter Salles. Naquele ano, Fernanda Montenegro também concorreu ao Oscar de melhor atriz. E mesmo entre os semifinalistas o país não tem chegado. A última ocasião em que um longa nacional entrou para a lista de pré-selecionados do Oscar foi em 2007, com O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, longa que não chegou à final.

No total, o Brasil concorreu ao prêmio quatro vezes: com O Pagador de Promessas (1963), com O Quatrilho (1996); com O Que É isso, Companheiro? (1998) e com Central do Brasil (1999). Cidade de Deus disputou quatro estatuetas em 2004, depois de uma temporada em cartaz nos Estados Unidos, mas não se classificou como filme estrangeiro.

No ano passado, o escolhido pelo Ministério da Cultura (MinC) foi o pernambucano O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho, que havia recebido elogios do jornal The New York Times, mas não chegou ao Oscar. Em 2013, foi O Palhaço, de Selton Mello, que também não conquistou a vaga. Em 2012, Tropa de Elite 2, de José Padilha.

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