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Quando o Carnaval fica engarrafado

Imperatriz Leopoldinense enfrenta problemas com três carros alegóricos e repete um clássico das tragédias da Sapucaí: a tensão de ver a escola entalar

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 fev 2012, 16h16

“Fiquei meio mal. Você vê um trabalho daqueles, com carros lindos, diante da possibilidade de não conseguir fazer com que eles entrem. E o tempo vai passando”, descreve Max Lopes, da Imperatriz

Só quem já desfilou pela Marquês de Sapucaí conhece a sensação. Alinhados, os componentes veem a avenida se abrir: a partir daquela esquina, termina a concentração e a linha de início de desfile se aproxima, com a Apoteose crescendo no horizonte. Nada é comparável a essa emoção. E nada se iguala, também, ao maior revés que pode se abater sobre uma escola nesse momento. Para parte dos componentes da Imperatriz Leopoldinense, a dramática situação se repetiu três vezes na noite de domingo. Três carros alegóricos emperraram na entrada da passarela, causando problemas à harmonia, preocupações com o estouro do tempo e lágrimas.

A tensão de ver um carro trancar a avenida no momento do desfile mexe com os nervos até dos sambistas mais experientes. Max Lopes, carnavalesco da Imperatriz, estava na concentração quando viu quatro alas com dificuldade para entrar na avenida por causa de carros alegóricos da própria escola atrapalhando a passagem. Eles estavam mal posicionados e também tiveram problemas na hora de serem colocados na passarela do samba. “Você não tem noção do tempo. Não sabe quanto tempo vai demorar para consertar. Aí começa a deslocar outras pessoas para resolver esse problema”, relata o carnavalesco.

“Fiquei meio mal. Você vê um trabalho daqueles, com carros lindos, diante da possibilidade de não conseguir fazer com que eles entrem. E o tempo vai passando”, descreve. O enredo da Imperatriz, sobre Jorge Amado, esteve seriamente ameaçado naquele momento. Como contar a história sem carros que representam o Pelourinho e a Igreja do Bonfim, peças fundamentais do enredo imaginado por Max Lopes?

Algumas reedições recentes desse drama ficarão para sempre na página de tragédias da Sapucaí. Em 2005, o carro com a Velha Guarda da Portela simplesmente foi barrado na linha de início de desfile. A decisão foi do presidente Nilo Figueiredo. Depois de uma série de problemas com carros alegóricos, a escola estava praticamente condenada ao atraso. Ao passar da linha amarela de início de desfile, todo componente ou alegoria precisam necessariamente percorrer toda a avenida. Para “encurtar” a escola e evitar uma tragédia, Nilo causou outra tão grande quanto: mandou fechar o cercado quando o carro de Tia Surica e outros decanos do samba de Madureira estava a menos de cinco metros do começo oficial da apresentação.

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Quem assistia ao desfile teve um misto de decepção e revolta. A comoção foi tanta que a Beija-Flor levou parte dos integrantes da Velha Guarda para o sábado das campeãs, numa justa homenagem a quem tanto fez pelo samba.

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