Por AE
São Paulo – O rap paulistano e o coco pernambucano brilharam na cerimônia do democrático Prêmio de Música Brasileira, na quarta-feira, no Teatro Municipal do Rio. Criolo, sensação de 2011, e o desconhecido Herbert Lucena receberam cada um três troféus, de melhor CD e melhor cantor – o primeiro, na abrangente categoria pop/rock/reggae/hip hop/funk; o segundo, na regional. Criolo ganhou também como revelação e Lucena, pelo projeto visual de seu CD.
Dois artistas em seu segundo CD, duas realidades distintas: com uma legião de seguidores em todo o País, Criolo, avalizado até pela MPB, inicia turnê internacional pela Europa e pelos Estados Unidos; Lucena tenta tornar o coco, o gênero tradicional confinado a Pernambuco, conhecido nacionalmente.
Em sua 23.ª edição, o prêmio sempre teve caráter diverso. Só nele um artista de grande prestígio, mas pouca repercussão, como Dori Caymmi, é consagrado com dois troféus: melhor CD, “Poesia Musicada”, e melhor cantor. Quem também venceu em dose dupla foi Alcione, melhor cantora e melhor CD na categoria canção popular, que abarca sertanejo, brega e artistas mais vinculados ao passado, como Cauby Peixoto (escolhido melhor cantor, e, aos 81 anos, saudado pela plateia de pé).
Na cidade só para a cerimônia, Dom Salvador, lendário pianista de 73 anos que fez fama na bossa nova e há 40 anos se radicou nos Estados Unidos, era outro nas nuvens com o seu troféu. “Depois de tantos anos fora do Brasil! Nunca vou esquecer esta noite.”
Outros vencedores denotam a abrangência do prêmio: Gilson Peranzzetta (melhor arranjador), Chitãozinho & Xororó (dupla de canção popular) e Hamilton de Holanda (solista na categoria instrumental). A estrela da noite foi João Bosco, homenageado do ano, e sua obra de quatro décadas. Suas músicas mais emblemáticas foram cantadas por um time eclético. Milton Nascimento abriu o palco com uma emocionada “Agnus Sei”, dos primórdios da carreira de João, impregnada do espírito mineiro.
Zeca Pagodinho e Gaby Amarantos fizeram um medley de “Coisa Feita” e “Incompatibilidade de Gênios”. Ivete Sangalo foi de “Corsário”; Alcione deu nova cara a “Quando o Amor Acontece”; Mônica Salmaso e Renato Braz dividiram a recente “Sinhá”, parceria com Chico Buarque que logo em seguida seria premiada como canção do ano. O maior sucesso foi o próprio João quem cantou, ao violão magistral: “Papel Machê”, acompanhada pela plateia do Municipal, “O Mestre-Salas dos Mares”, “Desenho de Giz”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
MAIS VENCEDORES
MPB
Grupo: Passo Torto
Cantora: Mônica Salmaso
Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk
Grupo: Mundo Livre S/A
Cantora: Marisa Monte
Samba
Álbum: “Nosso Samba Tá na Rua”, Beth Carvalho
Grupo: Fundo de Quintal
Cantor: Arlindo Cruz
Cantora: Fabiana Cozza
CD Erudito
Liszt: “Harmonies Du Soir”, Nelson Freire