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Porcelana chinesa reina entre colecionadores e falsários

Por Por Peter BRIEGER
10 fev 2012, 14h15

Os novos milionários chineses mobilizam o mercado de arte antiga, para tentar rapatriar joias do Império do Meio dispersadas pela Europa ou América, fazendo disparar os preços da velha porcelana, autêntica… ou não.

“Há muitas peças falsificadas no mercado, em quantidade proporcional ao aumento impressionante do valor das antiguidades”, explica Tang Hoi-chiu, curador do Museum of Art de Hong Kong. “Podem ser encontradas muito boas cópias”, conta à AFP.

Em 2011, as vendas de antiguidades e obras de arte chinesas pelas casas Sotheby’s e Christie’s totalizaram 460 milhões de dólares (350 milhões de euros).

Hong Kong ocupa atualmente o terceiro lugar como mercado de arte antiga, atrás de Londres e Nova York.

E a China, ateliê do mundo, merece também um título pela cerâmica clandestina mesmo se, por definição, o mercado de objetos falsificados escape a todas as estimativas.

A maior parte das peças falsas é produzida no país, afirma Rosemary Scott, responsável pelo departamento de Artes Asiáticas da Christie’s. “Algumas são realmente muito ruins, mas existem também as muito boas”, comenta.

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Nicolas Chow, que dirige a venda de cerâmica e de obras de artes chinesas na Sotheby’s, aponta bolhas desiguais, invisíveis a olho nu, atestando a autenticidade de um vaso Ming de porcelana azul e branca, comprado por 20 milhões de dólares no ano passado em Hong Kong, um recorde mondial.

“O fenômeno (as bolhas) acontecem durante o cozimento – eles não tinham uma temperatura constante (em seus fornos) no século XV”, explica ele. “A aparência do verniz é também fundamental. Basta passar a mão na superfície para saber”.

A falsificação de antiguidades chinesas ocupou recentemente a primeira página dos jornais, com a venda de uma mesa e de uma cadeira atribuídas à dinastia Han (de cerca de 2.000 anos), por 35 milhões de dólares. Os especialistas questionam a autenticidade dessas peças mesmo porque acredita-se que na época os chineses sentavam-se no chão.

As casas de leilões recorrem, a várias técnicas e perícias para determinar a autenticidade ou a idade das peças que chegam.

O carbono 14, certamente, mas também um estudo aprofundado do objeto: “Tem uma boa forma? e a textura, e a cor? foi pintada com um bom tipo de pincel?”, enumera Rosemary Scott.

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Assim que uma peça é vendida por uma fortuna, as casas são inundadas de ofertas parecidas. “Após algumas semanas, as cópias aumentam”, afirma Pola Antebi, responsável pelo departamento de Arte Chinesa da Christie’s Hong Kong.

Com os preços em ascensão, inúmeras pessoas solicitam os técnicos dessas casas para periciar um vaso ou um outro objeto de louça, sobre o qual têm dúvidas.

Em 2009, um castelão bordelês (sudoeste da França) mandou examinar uma peça que passou por várias gerações da família e que se revelou ser um raríssimo vaso Ming, vendido por 1,6 milhão de euros.

“As expectativas das pessoas em relação ao valor de um objeto são muito grandes. Então, quando dizemos a elas que a venda de determinada peça não dará para pagar as despesas dos filhos na escola, ou suas aposentadorias, eles levam a mal”, diz Pola Antebi.

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