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Por que a moda brasileira é cara

Diretora da bolsa de negócios Fashion Business, Eloysa Simão fala da necessidade de melhorar a qualidade do planejamento para baratear as coleções

Por Aline Erthal, do Rio de Janeiro
18 Maio 2012, 11h31

A moda brasileira precisa ficar mais barata. Urgentemente – defende Eloysa Simão, diretora do Fashion Business, a mais antiga bolsa de negócios do setor no Estado do Rio. Na apresentação da edição de primavera/verão do evento, que acontece entre os dias 22 e 25 no Fashion Mall e no hotel Royal Tulip, em São Conrado, Eloysa frisou a necessidade de investir em uma confecção mais competitiva, destacou a mudança no calendário de eventos a partir do ano que vem e defendeu que o momento é de olhar para o mercado interno.

“Aumentar a competitividade da moda nacional é uma questão de sobrevivência. Nossa economia está em crescimento, o poder aquisitivo aumentou e o mercado brasileiro virou objeto de desejo de grandes grifes mundiais, que estão disputando espaço com as marcas nacionais. Para fazer frente aos produtos estrangeiros, precisamos abaixar o preço da nossa roupa e eliminar todos os fatores que diminuem a lucratividade da indústria”, diz a empresária.

Para Eloysa, o prazo entre o lançamento da coleção (quando o lojista conhece as peças e escolhe o que vai encomendar) e a entrega das peças é muito curto: cerca de dois meses. A fim de cumpri-lo, muitas vezes as grifes precisam começar a produzir as roupas antes de saber o que vai agradar mais ao lojista. Consequência: a chance de apostar errado é grande. “E quem paga o custo da roupa que não vende é a roupa que vende. Ou seja: as peças que tiveram melhor aceitação saem mais caras, para compensar o prejuízo que as outras deram”, explica.

Novas datas – A ideia, então, é aumentar o prazo entre a venda no atacado e a entrega do produto, diminuindo a margem de erro. Por isso, o Fashion Business, o Fashion Rio (e sua bolsa de negócios própria, o Rio-à-Porter) e o São Paulo Fashion Week mudarão de data a partir do ano que vem. Eles serão antecipados: as coleções de primavera/verão, que tradicionalmente eram apresentadas em junho, passarão a ser mostradas em março. As de outono/inverno pulam de janeiro para outubro. “Assim, vamos vender em novembro o outono-inverno que a grife vai entregar em março. Em vez de ter apenas dois meses para aprontar a produção, a marca terá quatro, cinco”, exemplifica Eloysa.

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Outro empecilho para a competitividade do setor é a alta carga de impostos. Para discutir formas de driblar esse obstáculo, foi anunciada a realização do Rio pela Moda, às 10h do dia 24. No evento, que integrará a programação do Fashion Business, o deputado André Corrêa e empresários do setor vão defender a prorrogação do regime especial de ICMS, que reduz a alíquota de 19% para 2,5% para a indústria têxtil e cuja validade expira em 2013.

A 20ª edição do Fashion Business reunirá 170 grifes e traz o tema Floradas, comparando o ciclo de amadurecimento das plantas ao processo criativo de uma coleção de moda. Os estandes das grifes receberão a visita de mil compradores vips – todos nacionais. “Precisamos nos fortalecer internamente antes de pensar em vender para fora”, encerra Eloysa.

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