‘Perdido em Marte’ é criticado por escalar ocidentais em lugar de asiáticos
No livro que inspirou o filme, o personagem do ator negro Chiwetel Ejiofor era, na verdade, indiano e o da loira Mackenzie Davis, uma coreana
O diretor Ridley Scott, que foi criticado no ano passado por escalar atores banhados em leite para os papéis principais de Êxodo: Deuses e Reis (2014), voltou a virar alvo, desta vez por suas escolhas para o elenco de Perdido em Marte, que estreou semana passada nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo o site da revista Variety, a reclamação foi feita pela Media Action Network For Asian-Americans, que combate o racismo e os estereótipos de americanos de ascendência asiática em filmes, programas de televisão, livros, publicidade, rádio etc.
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Segundo a associação, Perdido em Marte mostra personagens “menos asiáticos” do que aqueles criados pelo escritor Andy Weir no livro que inspirou o filme. Como exemplo, o grupo cita um cientista de nome Venkat Kapoor descrito por Weir como um indiano que segue o hinduísmo. No longa, porém, o nome do personagem foi modificado para Vincent Kapoor e ele, interpretado pelo ator negro Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão). Sobre a religião, ele diz na produção que seu pai era um hindu e sua mãe, da Igreja Batista.
A associação também cita a personagem Mindy Park, no livro, uma americana da ascendência coreana, e, no filme, interpretada pela loira Mackenzie Davis. Na história, os dois personagens têm papel crucial na tentativa de resgate do astronauta Mark Watney (Matt Damon) em Marte e trabalham junto com o diretor do laboratório de propulsão, Bruce Ng (Benedict Wong).
“Ridley Scott não se sentiu confortável em colocar dois grupos de americanos de ascendência asiática conversando?”, questionou Guy Aoki, presidente fundador da associação. “Tão poucos projetos são escritos especificamente com personagens asiáticos e Scott agora os transformou em uma mulher branca e um homem negro”, continuou Aoki. “Essa era uma ótima oportunidade para dar personagens importantes a atores de ascendência asiática – e impulsionar suas carreiras – o que faria com que nossa comunidade tivesse um papel maior no time de resgate.”
(Da redação)