Obra rejeitada pelo Louvre por conteúdo sexual vai para Pompidou
'Pornografia, infelizmente, está em todos os lugares, mas certamente não nesta obra de arte', disse Bernard Blistene, diretor do Centro Pompidou
No final, era somente excêntrica demais para o perfil clássico do Louvre. O museu mais visitado do mundo se esquivou de exibir uma escultura que algumas pessoas rotularam como “sexualmente explícita”, mas o Centro Pompidou, perto dali, decidiu nesta terça-feira apresentar ao público Domestikator, uma escultura de 12 metros de altura do artista holandês Joep van Lieshout. A obra, originalmente designada para os Jardins das Tulherias, espaço do século XIII adjacente ao Louvre, em Paris, como parte de uma feira de arte contemporânea neste mês.
“Primeiro eu fiquei surpreso, e então é claro desapontado, porque (o Louvre) não poderia exibir minha obra de arte”, diz Van Lieshout, acrescentando que nunca pretendeu obter uma interpretação sexual com a escultura geométrica. “Eu não podia explicar minhas ideias para o público mais amplo”, afirmou, sobre a decisão do Louvre de retirar a obra.
A imprensa francesa noticiou que o Louvre tomou a decisão após uma onda de críticas negativas nas redes sociais e por temor de que a obra não fosse bem recebida em um local público. Feita de aço, madeira e fibra de vidro, a escultura agora é exibida na esplanada externa do arquitetônico prédio do Centro Pompidou.
“Obsceno, pornográfico? Bem, obscenidade está em todos os lugares, pornografia, infelizmente, está em todos os lugares, certamente não nesta obra de arte”, disse Bernard Blistene, diretor do Centro Pompidou.
“Esta obra é divertida, isto é uma óbvia referência ao relacionamento da abstração e pintura figurativa que coexistiram na arte holandesa no século XX. Espirituosa sim, obscena não.”
Já exibida por três anos em Bochum, na Alemanha, a escultura não havia sido alvo de controvérsias até o momento.
(Com agência Reuters)