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Netflix anuncia filme independente brasileiro para ser exibido no mercado internacional

'Apenas o Fim', que teve orçamento de 8.000 reais e público de 25.000 espectadores, será oferecido a 37 milhões de usuários do serviço em 40 regiões do planeta. Estímulo ao cinema reforça política da boa vizinhança, no momento em que empresa enfrenta queda de braço sobre tributação

Por Patrícia Villalba, do Rio de Janeiro
9 out 2013, 17h46

Com apenas 25.000 espectadores quando esteve nos cinemas, em 2008, a comédia Apenas o Fim, do diretor carioca Matheus Souza, terá agora um público potencial de 37 milhões de usuários espalhados por todo o mundo. O filme foi o vencedor do Prêmio Netflix, anunciado na manhã desta quarta-feira no Rio. Por meio de uma parceria com o Festival do Rio e o Curta Kinoforum, dez longas concorreram à oportunidade de fazer parte do catálogo mundial do serviço de streaming.

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O vencedor obteve 12.000 votos, após uma grande campanha da equipe produtora, amigos e fãs do filme nas redes sociais. “Teve uma menina que votou umas mil vezes, sem saber que só valia um voto por usuário”, contou o diretor, que começou a filmar com o dinheiro de uma rifa de uísque entre seus colegas da PUC-RJ. O orçamento total foi de míseros 8.000 reais. “A gente pensava que seria um filme que só nossas mães fossem ver e, agora, o mundo inteiro vai ver. É o futuro e um novo caminho para o cinema nacional”, comemorou.

Filmado em 2008 e lançado em 2009, Apenas o Fim mostra Érika Mader e Gregório Duvivier como um jovem casal que, em cerca de uma hora, tenta fazer um balanço da relação, antes que ela parta para uma viagem. Enquanto o filme esteve em exibição nos cinemas, Duvivier ainda não era o fenômeno da comédia, com a fama alavancada principalmente pelo canal Porta dos Fundos, no Youtube. É certo que, pelo menos para os brasileiros, o nome do humorista será um chamariz para a audiência no Netflix.

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Prova de que o Brasil é um mercado estratégico para a empresa – mas também um sinal em um momento turbulento na relação com o governo brasileiro -, o anúncio do prêmio foi feito pelo executivo-chefe da Netflix, Ted Sarandos, que se mostrou empolgado com a produção nacional. Mas, por enquanto, não há previsão de investimento direto em conteúdo nacional, como já aconteceu nos Estados Unidos com as séries House of Cards e Orange Is The New Black, lançadas neste ano. “Levou alguns anos até que conseguíssemos fazer isso nos Estados Unidos, e pretendemos fazer aqui e em outros mercados também, só não sabemos quando”, disse Sarandos ao site de VEJA.

https://youtube.com/watch?v=52fgo07LDbk%3Frel%3D0

No caso de Apenas o Fim, portanto, não houve pagamento para os produtores. Legendado, o filme ficará disponível para todos os assinantes e aparecerá na tela como sugestão para os que têm perfil compatível, ou seja, costumam assistir a filmes estrangeiros independentes. “Não é um acordo de direitos autorais, mas uma oportunidade de exposição”, observou o vice-presidente de marketing para a América Latina do Netflix, Vinicius Losacco. “Mas o Matheus pode esperar as ligações dos produtores de Hollywood que assistirão ao filme e, com certeza, vão se interessar pelo trabalho dele”, disse, mais confiante que o próprio diretor.

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Tributação – Losacco afirmou que o Netflix e as demais empresas que oferecem o serviço de vídeo on demand continuam em negociações com a Ancine com relação à cobrança da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) que, desde 2001, incide sobre qualquer obra audiovisual exibida em território nacional, com valores que hoje variam de 300 reais, para obras de até 15 minutos, a 3.000, para longas-metragens estrangeiros. Sem dar detalhes sobre o que vem sendo conversado com o governo – há dúvidas, por exemplo, se a cobrança terá efeito retroativo ao ano de 2011, quando começaram as operações no Brasil, e, principalmente, se há a possibilidade de aumento no valor da mensalidade cobrada dos usuários ­-, Losacco frisou que a empresa não pensa em deixar o país. “Há um interesse total de ficar aqui, não queremos sair. Estamos conversando com o governo para adaptar a cobrança a um modelo de negócio novo. Acho que aplicar a regra que já existe para esse modelo não é totalmente compatível”, observou, ressaltando que o Brasil é o único, dos 40 países onde o serviço é oferecido, com uma tributação desse tipo sobre o conteúdo.

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