Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nacional ‘Tô Ryca!’ copia comédia americana da ‘Sessão da Tarde’

Longa estrelado por Samantha Schmütz, e último trabalho de Marilia Pera, usa a mesma trama de ‘Chuva de Milhões’

Por Rafael Aloi Atualizado em 25 set 2016, 11h04 - Publicado em 25 set 2016, 11h04

O cinema nacional é repleto de histórias de um pobretão que enriquece do nada e precisa aprender a lidar com uma vida de gastança com a qual não está acostumado. Os filmes Até que a Sorte Nos Separe (2012) – que tem duas sequências – e Um Suburbano Sortudo (2016) são apenas alguns exemplos recentes. Na mesma linha, segue Tô Ryca!, que estreia nesta semana no país. Porém, o filme protagonizado por Samantha Schmütz é apenas uma versão nacional de Chuva de Milhões, uma comédia americana de 1985, já transmitida muitas vezes na Sessão da Tarde.

LEIA TAMBÉM:
Comédia ‘Tô Ryca’ terá Samantha Schmutz, do ‘Zorra Total’
Teatro, TV e cinema brasileiros perdem Marília Pêra, aos 72 anos

Em conversa com o site de VEJA, Samantha Schmütz falou sobre o tema repetido à exaustão no cinema, e disse não ver problema nisso, pois enriquecer seria algo com que todos os brasileiros sonham. “Todo mundo quer ter dinheiro, né, amor. Até quem tem muito quer ter mais. É um assunto que agrada, porque as pessoas se identificam. Tem gente que não deseja ficar milionário, mas um pouquinho a mais não faz mal.”

Chuva de Milhões também não é nenhuma história original, pois se baseia no livro Brewster’s Millions, escrito por George Barr McCutcheon em 1902. Mas é do filme estrelado por Richard Pryor que Tô Ryca! copia mais elementos. O roteiro da produção nacional acompanha a carioca Selminha (Samantha Schmütz) que trabalha em um posto de gasolina com a amiga Luane (Katiuscia Canoro), até que um dia descobre que um tio distante deixou 300 milhões de reais para ela em seu testamento. Mas a suburbana só pode embolsar a fortuna se completar o desafio de gastar 30 milhões de reais em 30 dias, com a condição de que não compre nada para si mesma, nem distribua mais que 5% da quantia.

Continua após a publicidade

Obviamente, Selminha surta com o desafio e logo arrasta a colega Luane para uma aventura desenfreada de festas, hotéis e restaurantes a fim de torrar tudo o que sempre sonhou e nunca pôde gastar. Mas o desafio não é tão fácil quanto parece e em poucos dias ela descobre que seus esforços de ostentação não são suficientes. A nova rica então tem uma sacada de gênio e resolve se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro – um truque já visto em Chuva de Milhões, mas em Nova York.

Com um bom timing de lançamento, a corrida eleitoral se torna o momento de maior graça do filme com várias críticas à propaganda política e frases polêmicas de candidatos. O grande adversário de Selminha é Falacio Fausto (Marcelo Adnet), um candidato preocupado com a moral e os bons costumes, que lembra muitos políticos reais. “Ele tem Bolsonaro, Pedro Paulo, uma mistura de alguns políticos. Adnet pegou a essência de um pensamento e transformou brilhantemente num personagem”, descreveu Samantha, que disse que, se precisasse, votaria em Selminha com certeza. “Se fosse voto de papel ainda, o nome dela iria aparecer com certeza. O povo precisa de uma Selminha. A política brasileira não parece nem comédia, mas sim uma tragédia grega”, completa.

Continua após a publicidade

O filme possui um time consagrado de comediantes, mas o único que consegue brilhar mesmo é Samantha, que se apropriou bem da personagem e sabe fazer as mil caricaturas por que passa ao longo das mudanças em sua vida, e conquista a todos, inclusive à esnobe estilista vivida por Marília Pêra – o último papel da atriz no cinema. Katiuscia Canoro vive o oposto de Lady Kate, a nova rica que a alçou ao estrelato no Zorra Total, e por isso é quem traz a protagonista de volta à realidade, o que apaga um pouco as habilidades humorísticas da atriz. Marcus Majella e Fabiana Karla atuam como bons coadjuvantes, mas seus personagens têm tão pouco peso no roteiro que não saem do fundo do cenário.

Apesar de algumas sequências engraçadas –principalmente a que mostra um debate eleitoral –, Tô Ryca! não tem nada de original e é apenas mais uma comédia nacional sobre alguém que bamburra do nada. Assim como Chuva de Milhões, o destino do longa provavelmente será o catálogo da Sessão da Tarde, onde poderá divertir alguns telespectadores despretensiosos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.