Morre Erasto de Vasconcelos, referência da música de Recife
O músico pernambucano encontrava-se há dois meses internado para tratar de problemas cardíacos
Morreu na última quinta-feira, em decorrência de uma parada cardíaca, o instrumentista e compositor Erasto Vasconcelos. O músico de 69 anos se encontrava em internado há dois meses no Hospital Miguel Arraes, em Olinda, por causa de um infarto ocorrido no mês de agosto.
Erasto era irmão de Naná Vasconcelos, referência da percussão brasileira, que havia morrido em março deste ano. Sua importância, no entanto, vai além do simples fato de ser irmão de um dos principais nomes da música pernambucana. Vasconcelos começou a carreira nos anos 60, acompanhando movimentos como a tropicália e o clube da esquina. Tocou ao lado de grandes nomes como Gilberto Gil, Lô Borges e Alceu Valença. Erasto também trilhou um caminho de respeito no showbiz internacional (mais especificamente no mercado do jazz) ao participar de discos de Hermeto Paschoal e Marcio Montarroyos (Stone Alliance) e Eye on You, do baterista Ronald Shannon Jackson. Vasconcelos também possui uma conexão importante com os artistas pernambucanos surgidos nos anos 90, a partir do movimento manguebit. Jornal de Palmeira (2005), seu único disco, foi produzido por Fabio Trummer, guitarrista da banda Eddie, e contou com a participação de nomes como Jorge du Peixe, Pupillo e Dengue (da Nação Zumbi) e da cantora Karina Buhr.
Vasconcelos ainda era escritor: em 1970 lançou Dez cantigas de roda, um maracatu, um afoxé, mas cuidado existe uma cobra, composto de escritos e desenhos de sua autoria. O livro foi relançado em 2015. Erasto Vasconcelos foi enterrado na tarde de ontem no cemitério de Guadalupe, em Olinda.