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Michael Bublé: por que é difícil fazer o que ele faz

O cantor canadense mostra que por trás de suas canções românticas e da bela aparência existe uma história de perseverança. Em setembro, ele desembarca no Brasil

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 11h19 - Publicado em 19 jul 2014, 01h00

Na suíte da Trump Tower, em Manhattan, um dos hóspedes pede para que a televisão seja sintonizada num canal que esteja transmitindo a partida entre Brasil e Alemanha. “Você pode fazer isso, por favor? Meu amigo brasileiro precisa assistir ao jogo”, diz Michael Bublé a um funcionário do hotel. E nem adiantou o repórter alegar que futebol era a menor de suas preocupações naquele dia – talvez antevendo a tragédia que estava por vir. Solícito, Bublé insistiu e conseguiu. Em setembro, ele chega ao Brasil para apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo (estuda-se uma data em outra capital). E a gentileza talvez seja uma maneira de mostrar intimidade com a alma brasileira. “Fique tranquilo, será um jogão”, diz ele, que no dia anterior fizera o primeiro de dois shows no Madison Square Garden. Bublé mostrou seu repertório de standards do jazz e do pop a uma plateia de fiéis convertidos, que cantaram junto com seu ídolo e riram de todas as brincadeiras que ele fez (inclusive a mediação de um pedido de casamento que um rapaz localizado na primeira fila rasgou à sua noiva). Mas o cantor não gostou do show. “Foi a pior plateia dos últimos doze anos.”

Michael Bublé se cobra muito, porque seu êxito é uma história de perseverança. Nascido na cidade canadense de Burnaby, ele decidiu se tornar cantor depois de ganhar um aparelho de karaokê de presente do avô paterno, Demetrio Santagà, que o provia com discos de Frank Sinatra desde a infância. Santagà também foi uma espécie de empresário informal do neto. Ele percorria as casas noturnas da cidade e oferecia seus préstimos de eletricista e encanador. Em troca, o dono da boate tinha de escalar o jovem Michael para as atrações da noite. Quando finalmente se tornou profissional, Bublé foi recusado por diversas gravadoras. “Eles diziam: ‘Garoto, você canta bem, é bonito, mas não sabemos como divulgar o seu estilo de música’.” A sorte mudou em 2000, quando ele cantou no casamento da filha do primeiro-ministro canadense. Um dos convidados era o produtor David Foster, que trabalhou com todo mundo que importa na música pop. Foster, no entanto, também não se persuadiu do talento de Bublé. “Ele me pediu 500 000 dólares para produzir cinco músicas. Foi um jeito educado de dizer que jamais trabalharia comigo”, lembra o cantor. Bublé juntou a quantia e foi bater no escritório do produtor, em Los Angeles. Muitas reviravoltas depois, os dois tiveram uma reunião com o presidente da gravadora Warner. “Ele me perguntou por que me contrataria, se a Warner já tinha o catálogo de Sinatra”, lembra. “Simples, respondi: Sinatra está morto e eu estou vivo.” Foi contratado.

“Sei me defender”

Leia um trecho da entrevista concedida a VEJA por Michel Bublé em Manhattan

O senhor é um cantor de jazz? Não, sou um intérprete de vários estilos. Inclusive jazz. Sou um cantor que está aí desde os 16 anos e frustrou todos os que diziam que eu não tinha talento. Você pode não gostar da música que faço, mas não dizer que o que faço é ruim. Agrado até aos maridos que são levados a contragosto aos meus shows pelas esposas – estas, minhas grandes fãs.

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O senhor era fã de Sinatra e Van Morrison quando os adolescentes ouviam hip-hop e grunge. O senhor devia ser um pária na escola, não? Não, porque eu também gostava de hip-hop e grunge. Adorava Beastie Boys e achava que Eddie Vedder, do Pearl Jam, seria o novo Elvis. Eu só era meio devagar: ouvia Guns N’ Roses quando todo mundo já estava em outra. Às vezes, alguém vinha me provocar. Mas eu sempre soube me defender. Inclusive com os punhos.

No vídeo a seguir, assista ao video clipe da música It’s a beautiful day.https://www.youtube.com/watch?v=24yHU7n6Yk4

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