IMPERDÍVEL: Adolescência e família são temas de ‘Mãe Só Há Uma’
Novo filme da diretora brasileira é inspirado no caso real do menino Pedrinho, sequestrado na maternidade e devolvido à família biológica aos 16 anos
Depois do sucesso de Que Horas Ela Volta?, que colecionou prêmios em festivais internacionais, Anna Muylaert volta aos cinemas brasileiros com Mãe Só Há Uma. Inspirado no caso real do menino Pedrinho, sequestrado ainda na maternidade e devolvido à família biológica aos 16 anos, o longa conta a mesma história sob a ótica de Pierre (Naomi Nero). Aos 17, o jovem descobre não ser filho da mulher que sempre considerou ser sua mãe, situação que o obriga a viver em uma nova casa, com uma nova família e novos hábitos.
As mães Glória e Aracy são vividas pela mesma atriz, Dani Nefussi, uma forma de a diretora brincar com a tese freudiana de que carregamos um mesmo modelo materno por toda a vida – a ideia por trás do título – e para reforçar o impacto da mudança na vida do personagem. Pierre é criado por uma mulher que o trata como filho e arrancado dela, ainda que com justiça, por outra, que de fato o gerou. O confronto entre pais e filhos adolescentes é também delicado. Glória e o marido, Matheus (Matheus Nachtergaele), estão ansiosos para reconstruir os dezessete anos que perderam, mas sem admitir que o idealizaram e que o garoto que surge defronte deles nada tem do que imaginaram.