Google traça panorama do consumo de vídeo na internet brasileira
Uma pesquisa realizada pelo Google mapeia os hábitos do espectador brasileiro em uma nova paisagem com inúmeras opções (e telas) para quem deseja ver televisão
O Hitler interpretado pelo suíço Bruno Ganz no filme A Queda! passa uma carraspana no Estado-Maior nazista, mas a legenda malandra diz que ele está comentando o vergonhoso placar de 7 a 1 do jogo Alemanha x Brasil. O ator Benedict Cumberbatch toma repetidos baldes de água gelada na cabeça – parte de uma campanha internacional que molhou e gelou outras tantas celebridades, de Mark Zuckerberg a Gisele Bündchen, todas empenhadas em levantar fundos para a pesquisa sobre a esclerose lateral amiotrófica, uma devastadora doença degenerativa (a campanha levantou mais de 100 milhões de dólares). Menos ambicioso e sem nada de filantrópico, o vídeo de um garoto pilotando um carrinho de rolimã no interior de Santa Catarina tornou-se “viral”, com mais de 2 milhões de visualizações, e consagrou o bordão “taca-lhe pau nesse carrinho, Marcos”. Corta para aquele já ancestral aparelho que ainda ocupa o centro de muita sala de estar – o televisor. Exibido a partir de abril, o programa humorístico Tá no Ar: a TV na TV levantou o humor da Rede Globo ao exibir Marcelo Adnet e Marcius Melhem em esquetes rápidos, com cortes bruscos para simular a troca de canal compulsiva do espectador que conta com centenas de canais na TV por assinatura. No ingrato horário de meia-noite, às quintas-feiras, o programa registrou média de 10 pontos de audiência. Mas acabou sendo visto e revisto, de fato, pela internet: no portal da Globo, estourou em acessos, superando até as novelas.
Poucos serão os brasileiros que não viram pelo menos uma das imagens mencionadas até aqui. Sete entre dez usuários regulares da internet – e eles representam 51% da população brasileira – assistem a vídeos on-line. O maior site de vídeos do mundo, o YouTube, tem o Brasil, com 60 milhões de visitantes únicos por mês, como seu segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos. Só em 2013, o aumento de visualizações no YouTube no país foi de 18%, maior que nos Estados Unidos (que regrediu 1%) e na Inglaterra (11%). Também supera o crescimento médio mundial (3%).
Interessado nesses números robustos, o Google (que tem o YouTube entre suas várias subsidiárias) fez uma pesquisa abrangente sobre como os brasileiros consomem vídeo. Durante três meses, 1 500 homens e mulheres de 14 a 55 anos, residentes em São Paulo (a cidade e o interior do estado), Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre, foram entrevistados ao vivo e pela internet. A amostra pretende ser representativa dos 127 milhões de brasileiros que consomem vídeo regularmente. Em média, eles veem 22 horas de TV semanais e oito horas de conteúdo on-line. O Google concluiu que 24% deles – fatia que somaria 30 milhões de pessoas – já passam na internet metade do seu tempo dedicado aos conteúdos audiovisuais.
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