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Funcionários do MAM são agredidos em protesto contra performance

Assessora de imprensa do museu levou um soco e foi chamada de 'pedófila' por uma manifestante; outros profissionais também apanharam

Por Da Redação
30 set 2017, 19h25

Funcionários do no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) foram agredidos neste sábado, em manifestação contra a performance do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz, na 35ª edição do Panorama da Arte Brasileira.

A assessora de imprensa do museu, Roberta Montanari, foi agredida por uma manifestante com um soco e acabou xingada de “pedófila”. Outros funcionários também foram agredidos, física e verbalmente, por 20 pessoas que se reuniram em frente à sede do museu para protestar contra a performance de Schwartz.

Na terça-feira, 26, na abertura do Panorama, tradicional mostra bienal do MAM, Schwartz fez uma performance, La Bête, em que se colocava no lugar de um “bicho” da artista carioca Lygia Clark, que morreu em 1988, para ser manipulado pelo público — o “bicho” da artista, representante do movimento neoconcreto brasileiro, é uma peça de metal que pode ser manipulada pelas pessoas.

Uma mulher e a filha de cinco anos se aproximaram e tocaram o corpo do artista, que estava deitado de barriga para cima, com a genitália à mostra. Um vídeo da performance, exibido nas redes sociais, resultou em acusações de pedofilia ao museu e ameaças ao curador da mostra, Luiz Camilo Osório.

O diretor do MAM, Felipe Chaimovich, acompanhado do advogado do museu, João Turchi, declarou que prestará queixa na delegacia. “O Icom (International Council of Museums) recomendou a todos os museus do mundo que não tratem as obras de maneira diferenciada. É essa recomendação que o MAM vai seguir, pois a performance de Wagner Schwarz não é diferente.”

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A solidariedade que entidades como a Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA) e museus prestaram ao MAM prova, segundo Chaimovich, que a má interpretação dessa performance por quem não estava presente à abertura provocou acusações improcedentes.

Afronta à liberdade

Também neste sábado, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), divulgou um vídeo para condenar a performance exibida no MAM. Ele afirmou que a mostra afronta “o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade”. Doria disse compreender que a arte é uma manifestação “muito aberta e ampla”, mas defendeu a imposição de limites para exposições.

“Gosto da arte, admiro a arte. Mas tudo, tudo, tudo deve obedecer a um limite. Não pode haver nada que, no contexto da sua própria liberdade, afronte a liberdade de outra pessoa. Peço àqueles que promovem a arte no Brasil que tenham a consciência de que é preciso respeitar aqueles que frequentam os espaços públicos, a família, as religiões e a liberdade alheia”, disse.

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A manifestação de Doria ocorre após o Ministério Público (MP) de São Paulo ter aberto um inquérito civil para apurar denuncias relacionadas à performance. Segundo as acusações recebidas pelo MP, o museu “estaria expondo crianças e adolescentes a conteúdo impróprio, uma vez que um homem estaria pousando totalmente sem roupa e o público seria convidado a tocá-lo, inclusive crianças”.

Segundo o MAM, a performance aconteceu apenas uma vez, em sessão fechada para convidados, e a sala onde ela ocorreu estava sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez.

(Com Estadão Conteúdo)

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