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Fim do suspense (ou não): ‘A Garota no Trem’ é bom como o livro

Com mais de 10 milhões de exemplares vendidos no mundo, ‘domestic thriller’ de Paula Hawkins ganha adaptação fiel com Emily Blunt à frente do elenco

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 out 2016, 12h44 - Publicado em 27 out 2016, 11h31

Há algumas diferenças, é verdade – a história é ambientada em Nova York, e não em Londres como no livro, a troca entre narradoras se restringe ao início do longa, uma goteira foi incluída como detalhe relevante em algumas passagens. Mas, no geral, A Garota no Trem, adaptação de Tate Taylor (Histórias Cruzadas) para o thriller da jornalista inglesa Paula Hawkins que estreia nesta quinta-feira no país, é fiel ao livro. E essa é uma boa notícia.

Best-seller com mais de 10 milhões de exemplares vendidos no mundo, 100.000 apenas no Brasil, onde foi lançado e agora reeditado pela Record, A Garota no Trem é apontado, por suas qualidades, como o sucessor de Garota Exemplar (Intrínseca), de Gillian Flynn, que também virou filme, com Ben Affleck e Rosamund Pike nos papéis principais. Um representante do primeiro time do que se convencionou chamar de domestic thriller – ou domestic noir, ou ainda marriage thriller, chick thriller ou qualquer outra etiqueta dos que adoram categorizar obras e escritoras. Um grupo que conta também com títulos como Antes de Dormir (Record), de S J Watson, outro romance vertido para o cinema, e O Segredo do Meu Marido (Intrínseca), de Liane Moriarty.

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Não se trata de alta literatura como, digamos, Clarice Lispector. Mas não apenas é muito melhor do que fenômenos como Crepúsculo e Cinquenta Tons de Cinza, tanto pela temática (mais realista e com um viés psicológico), quanto pelo estilo (sem dúvida mais bem talhado), como é capaz de envolver o leitor com uma trama de mistério e reviravoltas até o fim. Além dos tais plot twists, o fato de ser escrito em geral por uma mulher, de ter como personagens as sombras de um casamento, um romance em decomposição ou maridos que se revelam pouco ou nada confiáveis, expor almas torturadas e dispensar finais felizes, seriam as peças constituintes de um thriller doméstico.

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A personagem que dá título a A Garota no Trem é Rachel, uma desempregada que foi deixada pelo marido depois de falhar na tentativa de engravidar e de investir no álcool para compensar a frustração. Rachel não é a única narradora do livro: se revezam com ela Annie, a nova mulher de seu ex-marido, que ela não esquece e vive contatando pelo telefone, com direito a uma visita-surpresa à sua bebê, e Megan, a mulher que desaparecerá na história, dando início a uma caçada por seu paradeiro e por suspeitos do sumiço que vai entrelaçar os dramas de diversos personagens até o desfecho forte da história. Mas é Rachel a personagem principal, e é nela que o filme aposta: por ser alcoólatra e sofrer blecautes de memória, ela se confunde e confunde o leitor e o espectador, chegando a figurar como suspeita pelo desaparecimento de Megan, a menina que ela observava todos os dias do trem, quando saía de casa, no subúrbio, para fingir para a roommate que ia trabalhar na cidade.

Emily Blunt está ótima como Rachel, com toda a sua fragilidade e bagunça emocional. O restante do elenco também não faz feio. Mas a boa notícia mesmo, para quem é fã dos thrillers domésticos, é que o filme segue o livro. Com a vantagem de, por ser mais enxuto e narrado com a ajuda de uma câmera, suavizar as falhas que o romance carrega. Está no trilho certo.

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