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Festival lança campanha de doação de instrumentos musicais

Iniciativa faz parte do projeto 'Por um Mundo Melhor' e inclui programa de formação de professores e de luthiers

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
7 jun 2011, 22h56

Reduto de samba, pagode e funk, a Cidade de Deus, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, mostrou seu lado roqueiro no final da tarde desta terça-feira. A vice-presidente do Rock In Rio, Roberta Medina, foi à quadra de esportes da favela que ganhou fama mundial através do filme de Fernando Meirelles para lançar mais uma ação do projeto ‘Por Um Mundo Melhor’, que completa 10 anos em 2011. Desta vez a produção do evento musical lançou uma campanha de doação de instrumentos, que começará amanhã e vai até o dia 7 de setembro, em 145 agências dos Correios do Rio, parceiras do Rock In Rio, cadastradas no site oficial.

Os instrumentos serão distribuídos para ONGs que se inscreverem no site do Rock In Rio e escolas da rede pública do município – que a partir do ano que vem voltarão a ter a disciplina de música na grade curricular obrigatória. “As aulas de música voltaram para o currículo das escolas públicas do Rio. Isso é muito bom, porque a música ajuda a melhorar o relacionamento das crianças, o aprendizado, e a memorização”, declarou Roberta, no discurso de abertura da festa.

Roberta também aproveitou para anunciar outras iniciativas de inclusão musical e educacional. A produção do Rock In Rio construirá dez salas climatizadas e preparadas acusticamente para aulas de música em escolas da rede municipal nas zonas norte e oeste; oficinas de formação de professores de música e de luthiers – profissionais especializados na construção e na manutenção de instrumentos musicais. O festival também sorteará 2.250 bolsas de estudo através de um concurso cultural para estudantes do ensino médio de escolas públicas municipais, estaduais e federais situadas na cidade do Rio.

Para participar os jovens deverão enviar para o site do festival, textos, fotos, áudios e vídeos, até 15 de julho. Podem ser feitos cadastros individuais ou de grupos de até cinco alunos. Só serão aceitos trabalhos originais criados na língua portuguesa. Os vencedores também ganharão dois ingressos cada para assistir um passar um dia na Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, durante o festival, que acontecerá nos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro e 1 e 2 de outubro.

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Show – Como tudo relacionado com o Rock In Rio tem que terminar em música, no início da noite aconteceram shows gratuitos para a cerca de mil moradores da Cidade de Deus. Os cantores Tony Garrido, Zé Ricardo e o rapper Emicida apresentaram, em primeira mão, a canção ‘Por Um Mundo Melhor’, composta especialmente para comemorar as ações sociais do Rock In Rio. “Acredito em ações como estas, eu, o Zé, aqui no Rio, e o Emicida em São Paulo, fomos estudantes de colégios públicos e hoje estamos tocando aqui para vocês. Amanhã um de vocês poderão estar aqui no palco”, disse Tony Garrido ao final da apresentação do trio. O ex-líder da banda Cidade Negra ainda revelou uma história curiosa, de coincidentemente ele e Zé Ricardo estudaram na mesma escola municipal, no Leblon, zona sul da cidade.

Logo em seguida quem assumiu o palco foi a banda Capital Inicial, atração mais esperada da noite. Cantando hits conhecidos como ‘Procuramos Independência’ e ‘Natasha’ os roqueiros brasilienses levantaram o público. Para completar a festa, os ‘capitais’ chamaram ao palco o baixista Rodrigo Santos, do Barão Vermelho; e Tico Santa Cruz, do Detonautas para executarem ‘Mulher de Fases’, sucesso dos anos 90 da banda Raimundos.

Após o show, Dinho falou da emoção de tocar pela primeira vez para o público da comunidade da CDD. “Eu já toquei em todos os lugares do Brasil e do Rio, mas nunca aqui. É realmente emocionante chegar aqui e as pessoas cantarem junto com a gente as nossas músicas. Eu me incomodo com um aspecto do rock brasileiro: ele é muito circunscrito à classe média branca. Parece que quanto menor o seu público, mais seleto, mais respeitada a sua música será. Isso é um erro”, criticou Dinho, que emendou: “Lá em Brasília a gente começou a mudar isso no início da nossa carreira, muito por conta do Renato Russo, que queria popularizar o rock cantando para as classes operárias. Ele queria e nós ainda queremos que nossa música, o rock brasileiro, um dia seja considerado MPB”, finalizou o vocalista, lembrando a filosofia do amigo e ex-líder do Legião Urbana, falecido em 1996.

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