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Ferreira Gullar é enterrado em mausoléu da ABL, no Rio

Poeta morreu neste domingo, aos 86 anos, em decorrência de uma pneumonia

Por Da redação
Atualizado em 5 dez 2016, 18h08 - Publicado em 5 dez 2016, 17h40

O corpo do poeta Ferreira Gullar foi enterrado na tarde desta segunda-feira no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. O poeta morreu neste domingo, aos 86 anos, em decorrência de uma pneumonia.

O túmulo de Gullar fica ao lado da sepultura do poeta Ivan Junqueira, a quem Gullar sucedeu na ABL quando da sua morte, em 2014, e abaixo da do poeta João Cabral de Melo Neto. Amigos e parentes cantaram O Trenzinho do Capirinha, letra de Gullar para a música de Heitor Villa-Lobos, e aplaudiram quando o caixão baixou a sepultura.

O amigo e curador de arte Leonel Kaz fez um discurso emocionado em que ressaltou a “temperança” e “honestidade absoluta” de Gullar. “Ele dizia que a vida é uma invenção e ele talvez tenha sido uma grande invenção de si mesmo, uma invenção comovidamente brasileira”, disse Kaz, que conviveu com o poeta por 45 anos. Ele também leu o poema de Gullar “Uma pedra é uma pedra”, que termina com os versos “e assim / o homem tenta / livrar-se do fim / que o atormenta / e se inventa”.

O corpo do escritor foi velado na noite de domingo na Biblioteca Nacional, no centro do Rio, e, durante a manhã, no prédio da Academia Brasileira de Letras. Gullar tomou posse como acadêmico na casa há dois anos. Colegas ressaltam sua alegria ao participar das atividades da ABL, na qual resistiu a entrar por mais de 20 anos, por considerar que não tinha o perfil adequado.

“Ele tinha uma visão estereotipada da academia, que é muito mais que um grupo de velhinhos tomando chá. Gullar foi da estirpe de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira. Aqui é o seu lugar”, enalteceu o presidente da ABL, Domício Proença Filho. “Foi o acadêmico perfeito. Aderiu 100% à academia, uma conquista extraordinária para nós. Pena que foram apenas dois anos”, disse o acadêmico Arnaldo Niskier.

José Serra acompanha velório do escritor Ferreira Gullar na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro
José Serra acompanha velório do escritor Ferreira Gullar na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro (José Iucena/Folhapress)

A viúva Claudia Ahimsa contou que Gullar manteve-se lúcido e produzindo até os momentos finais. Ele deixou prontas três crônicas inéditas que ainda sairão no jornal Folha de S.Paulo. Uma era sobre a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e outra sobre arte. Numa terceira, ele reviu um texto antigo. “Não deu tempo de ele escrever sobre a morte de Fidel Castro. Gullar foi um passarinho que cansou de voar”, contou Claudia.

Além de acadêmicos, estavam presentes no velório amigos de longa data, como o poeta Armando Freitas Filho, o canto Fagner, o ex-deputado Fernando Gabeira, a cantora Adriana Calcanhoto e também funcionários de uma biblioteca comunitária em Xerém, na Baixada Fluminense, que leva o nome do poeta. “Ele adorava ir lá, no aniversário da biblioteca ou no aniversário dele, fazer leituras para adultos e crianças. Ele se sentia muito à vontade”, relatou a professora Nilcelene Dias, voluntária da biblioteca.

Familiares e amigos acompanham o velório do poeta Ferreira Gullar na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
Familiares e amigos acompanham o velório do poeta Ferreira Gullar na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (Raquel Cunha/Folhapress)

(Com Estadão Conteúdo)

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