FBI espionou García Márquez por 24 anos, diz jornal americano
Segundo o 'Washington Post', as investigações começaram em 1961, o quando o escritor começou a trabalhar para a agência cubana 'Prensa Latina'
Durante 24 anos, o FBI vigiou o escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), prêmio Nobel de Literatura de 1982. A revelação foi feita pelo diário americano Washington Post. O jornal informou que, a seu pedido, o órgão desclassificou 137 páginas de uma investigação desenvolvida a partir de 1961, quando García Márquez se hospedou por um mês no Hotel Webster, em Manhattan, acompanhado da mulher e do seu primogênito, Rodrigo García.
O escritor estava em Nova York para dar início ao seu trabalho na agência noticiosa cubana Prensa Latina. Foi nessa ocupação que ele se aproximou e se tornou amigo de Fidel Castro. Entretanto, o Washington Post reconhece que “as motivações do FBI para investigá-lo são pouco claras”.
Segundo os documentos, a ordem para que se abrisse um expediente interno contra o colombiano teria vindo do então diretor do FBI, o polêmico Edgar J. Hoover.
Nos primeiros reportes sobre as atividades do autor de “Cem Anos de Solidão” (1967) consta que ele pagou uma tarifa de 200 dólares mensais para se hospedar no hotel nova-iorquino, e que o FBI manteve contato com pelo menos “nove informantes confidenciais” que detalhavam os passos do escritor e jornalista. Isso não impediu o órgão de etiquetar o arquivo sobre olombiano com o nome errado: José García Márquez.
Rodrigo García, que atua como cineasta e vive em Los Angeles, declarou que a família não tinha pistas de que seu pai havia sido objeto de uma investigação por parte do FBI, embora a notícia não lhe surpreendesse
(Da Redação, com agência EFE)